quinta-feira, agosto 20, 2015

O PS e António Costa no "labirinto" da sua linguagem

"O PS não "promete criar 207 mil empregos"! Apresentou sim o estudo técnico que estima impactos económicos do seu programa" - António Costa no Twitter.

Por muito que António Costa possa ter razão - e acredito o modelo esteja correcto, embora não deixe de ser aquilo que de facto é: um "modelo" - como 99.9% dos portugueses, nem sequer a maioria dos jornalistas fora da área económica irão entender a "nuance", o PS arrisca-se a uma de duas coisas (ou ambas):
  1. Uma esmagadora maioria dos portugueses irá entender esta afirmação como mais uma promessa eleitoral sem qualquer valor, encolhendo os ombros e, escaldados com as mentiras grosseiras de Pedro Passos Coelho na campanha anterior, irão concluir que "os políticos são todos iguais", tal em nada contribuindo para um acréscimo de credibilidade de Costa, do PS e até do regime.
  2. Caso venha a ser governo, e por muito que tente esclarecer o seu conteúdo, o PS irá ser permanentemente confrontado, principalmente nas redes sociais, onde o imediatismo e o primitivismo de raciocínio são lei, com esta "promessa", de nada valendo o impacto negativo nos seus resultados que possa advir de quaisquer variações nos outros parâmetros mesmo que fora do âmbito e da possibilidade de controle governamental.
António Costa tanto se preocupa - e bem - com a credibilidade e com o crescimento da votação no partido que essa preocupação acaba, por vezes, por ter um efeito ridículo (caso dos cartazes "evangélicos") e, por outras, o que é bem mais grave, por ter mesmo um resultado político contraproducente.

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