segunda-feira, março 31, 2014

Fats Domino & Imperial Records (2)

"She's My Baby" (Imperial 5077 - 1950)

Serviço Nacional de Saúde: um caso pessoal


Faz agora exactamente dois anos, no domingo de Páscoa de 2012, dei uma queda de certo modo violenta, batendo com as costas num degrau de uma escada de pedra. Não dei muita importância ao assunto, até porque me esperava o almoço de Páscoa, mas ao fim da tarde, e como as dores começassem a atingir o quase insuportável, resolvi recorrer a uma urgência hospitalar. Pontos positivos: 
  1. A qualidade do atendimento e o cuidado posto pela equipa médica que me observou assegurando-se de que nada de grave se passava para além das enormes dores. Uma grande "chapelada" ao SMS.
  2. O custo modesto dos exames efectuados (taxas moderadoras), principalmente conhecendo que cerca de metade da população está isenta do seu pagamento.
Ponto negativo:
  1. O facto de somente passados dois anos receber em casa a factura para o respectivo pagamento, o que significa que retive involuntariamente e sem necessidade, durante 24 meses, €24,85 que pertenciam ao Estado, isto é, a todos nós, cidadãos. É pouco, mas denota mau funcionamento na cobrança dos serviços prestados. Espero o funcionamento do SNS melhore neste ponto.    

domingo, março 30, 2014

Matiné de Domingo (59)

"The Children's Hour", de William Wyler (1961)
Filme completo c/ legendas em português

Os nomes nas camisolas

Primeiro, como homenagem a Eusébio, foram os jogadores do meu "Glorioso" a usar o nome do "King" nas camisolas. Confesso, apesar de tocado pela homenagem (fui dos que estive no estádio no dia do enterro de Eusébio), na altura já achei um pouco estranho tal fosse autorizado pela LPFP, mas limitei-me a isso mesmo: a  franzir o sobrolho e achar estranho. Confesso que fui sensível ao politicamente correcto e fiz mal em sê-lo. Ontem foi o SCP a homenagear os seus sócios usando o mesmo método, e lá tivemos o Manel, o António e, como não vi o jogo, não sei se algum jogador era a Tânia Vanessa ou a Maria Albertina, que não me parece possa nem deva existir segregação de género entre os associados. Lá virá o tempo em que os jogadores do FCP serão todos Pinto da Costa ou, em alternativa, inscreverão nas suas camisolas os nomes das "pikenas" das casas de alterne que consta Reinaldo Teles gere com enorme proficiência. Só faltará, por exemplo, os jogadores do Rio Ave FC ou do SC Olhanense homenagearem as espécies piscícolas dos seus mares e entrarem em campo ostentando orgulhosamente nas camisolas os nomes de "chicharro", "chaputa" ou "charroco". 

Mais a sério... Tanto quanto sei, os nomes nas camisolas destinam-se a tornar mais fácil para o telespectador (que paga - e bem caro - para ver os jogos) a identificação dos intervenientes no espectáculo. Aliás, pensava mesmo tal seria obrigatório também em Portugal, já que na Premiership existem mesmo regras bem definidas para regulamentar tal coisa. Em nome do rigor e da seriedade, seria bom que a LPFP acabasse de vez, legislando, com este desprestigiante "regabofe" e punisse severamente quem o não respeitasse.  O prestígio de uma indústria que gere muitos milhões de euros por ano certamente agradeceria.

sexta-feira, março 28, 2014

Friday midnight movie (82) - Jess Franco (VI)



"Necronomicon - Geträumte Sünden" (aka "Succubus") - 1968
Filme completo c/ legendas em inglês

Fats Domino & Imperial Records (1)

"The Fat Man" - gravação de 10 de Dezembro de 1949

"O que aconteceu e não devia ter acontecido"

"O que aconteceu e não devia ter acontecido" (a expressão é de um Paulo Portas oportunamente ressuscitado do além e mais parece um pedido de desculpas de adolescente a uma donzela arrependida depois de numa noite de copos lhe "ter feito aquilo") está pelo menos a ter duas consequências importantes:
  1. Deixou de se discutir a substância, isto é, qualquer projecto sobre reforma futura do sistema de pensões (se é que este governo o tem, do que duvido) e passou a discutir-se a espuma das coisas: a "comunicação" do governo, as suas lutas internas, a falta de sintonia entre governantes, etc, etc. Não digo que isso não tenha a sua importância, mas neste caso a forma é claramente secundária face ao conteúdo. E como espuma que é, desvanecer-se-à rapidamente.
  2. É um verdadeira "ternura" ver alguns dos mais fervorosos jornalistas e "media" defensores deste governo, capazes de todas a acrobacias e atentados deontológicos para o fazerem, transformarem-se rapidamente em críticos (sem sequer passarem pela cada da partida e receberem os dois contos) quando está em causa a defesa da corporação e a idoneidade da entidade patronal. Uma verdadeira "ternura", mesmo. 

quinta-feira, março 27, 2014

A banda sonora de "The Wolf of Wall Street" (6)

Howlin' Wolf - "Smokestack Lightning"

Jorge Jesus e Pinto da Costa

Nos últimos cerca de trinta anos, basicamente desde que Pinto da Costa assumiu a presidência do FCP, o relacionamento entre este clube o o SLB tem-se pautado por uma conflitualidade que ultrapassa em muito a rivalidade normalmente existente entre dois clubes de futebol directamente concorrentes. E essa extrema conflitualidade, para além de ter raízes em cidades com passados históricos muito diferentes entre si que acabaram por se reflectir nas personalidades e comportamentos dos seus habitantes, está, nestes últimos trinta ou trinta e cinco anos, indissoluvelmente ligada ao modo como o FCP conquistou e manteve o poder no futebol português, transformando desporto, espectáculo e indústria numa acção de guerra onde, ao longo dos anos, não só não fizeram prisioneiros como tudo tem valido para que os seus objectivos fossem alcançados. Claro que essa conflitualidade não pode deixar de se reflectir no não-relacionamento entre as direcções dos dois clubes, bem como no modo, no mínimo dos mínimos antipático e nada amistoso, como todos nós - benfiquistas - encaramos o FCP clube, seu presidente e seus adeptos enquanto tais. Assumo-o sem quaisquer problemas, já que, quanto a mim, e pelo menos enquanto Pinto da Costa e seus seguidores estiverem na direcção do clube, estão em confronto valores, modos de vida e comportamentos antagónicos e inconciliáveis.

Exactamente por isso, e sendo Jorge Jesus um funcionário do clube, sou de opinião que, respeitando os sentimentos dominantes existentes no seio da direcção e entre os adeptos do SLB, deveria o seu relacionamento público com a direcção do FCP e principalmente com o seu presidente cingir-se a um mero comportamento protocolar e a atitudes que não ultrapassassem o frio formalismo ditado pelas regras mínimas da decência e da boa educação. Tudo o resto é não só dispensável como reflecte falta de respeito pela cultura e mística do clube que lhe paga o ordenado e pelo sentimento geral que sabe existir entre associados e adeptos. Mais grave ainda depois de uma derrota e perante um registo que, em termos de resultados, lhe é altamente desfavorável. Espero alguém na administração do clube lhe saiba chamar a atenção para que tal comportamento é inadmissível e não mais poderá ser tolerado. Por mim, estou um bocado farto e a minha paciência tem limites.      

quarta-feira, março 26, 2014

FCP-SLB em 4 pontos

  1. A equipa é alérgica ao modelo de pressão em todo o campo e grande capacidade de circulação de bola a que Luís Castro fez a equipa do FCP regressar e que tem sido, nos últimos anos, a sua "marca de água". Tal dificultou ao extremo o modo como o SLB conseguia sair a jogar e foi aí que o FCP ganhou o jogo.
  2. A equipa já não sabe jogar com e para Cardozo.
  3. A equipa parece sofrer de um certo "pavor cénico" do estádio do FCP.
  4. Conclusão: apesar de tudo, o resultado conseguiu ser um pouco melhor do que a exibição. Veremos se é possível dar a volta.

4ªs feiras, 18.15h (72) - Novo cinema alemão (I)

"Der Junge Törless", de Volker Schlöndorff (1966)
Filme completo c/ legendas em inglês

Teodora Cardoso e a cultura política

Voltando ao assunto Teodora Cardoso (que não é nenhuma neófita e tenho como pessoa bem intencionada e competente na sua área), o que mais me espanta nas suas afirmações e nas de muitos outros, economistas, gestores e empresários, que enxameiam os "media" e os "corredores do poder" é a enorme falta de cultura política (mesmo sem lhe acrescentar a palavra "democrática") e histórica, para não lhe chamar apenas ignorância ou total desconhecimento da evolução no campo das ideias, que muitas das suas propostas e afirmações espelham. E vá lá que Teodora Cardoso pelo menos ousou fugir à vulgata ("cegarrega" será talvez o termo mais adequado) do "consenso", dos "mercados" e dos "credores". Disse disparate, mas pelo menos uma vez ousou. Digamos que, mal por mal, antes assim.

O populismo de Rui Rio

Francamente, não vejo de que modo a proposta de Rui Rio dos votos em branco e nulos corresponderem a cadeiras vazias no parlamento poderia revitalizar os partidos e a democracia. Deixando de lado os votos nulos, que têm significado muito diverso entre si, por tal não lhes podendo ser atribuído um valor comum, penso que a proposta de Rio é negativista e apenas contribuiria, pelo menos no momento presente, para alimentar o populismo anti-partidos e anti-políticos  e para um achincalhamento da democracia e da representação parlamentar. O sistema actual não é perfeito, mas existem alternativas, como algumas das propostas de que o politólogo André Freire tem sido promotor e porta-voz (listas abertas, por exemplo), que poderão ser discutidas e me parecem poder contribuir bem mais do que esta mirabolante ideia de Rui Rio para a sua evolução num claro sentido do aperfeiçoamento e aprofundamento democráticos. E, já agora, convém também lembrar Rui Rio que se o objectivo dos governos é promover, a cada momento, o interesse público - e isso é indiscutível - a democracia parlamentar não existe no vazio: ela existe em função da representação institucional, livre e aberta, dos vários grupos de interesses e classes sociais - que Rio designa por "corporações" - e é desse confronto que nasce o que se designa por "interesse púbico" - que, aliás, é tudo menos alheio a esse conflito de interesses particulares.

Por fim, seria bem mais interessante que políticos experimentados, como Rui Rio, em vez de cavalgarem em proveito próprio (o que sempre negam) as várias ondas populistas, tivessem uma acção didáctica junto dos cidadãos, contribuindo assim para desmontar alguns dos mitos de que se alimenta esse mesmo populismo. É que, infelizmente, se existem fortes razões para descrença no regime, ainda há também quem acredite que elas estão fundamentalmente nas "gorduras do Estado", no "número excessivo de deputados", nos "ordenados milionários e mordomias dos políticos", na "corrupção generalizada" e assim sucessivamente. Fica o desafio.  

segunda-feira, março 24, 2014

Teodora Cardoso e a "conta-poupança"

Espero esta proposta da economista Teodora Cardoso não passe disso mesmo - de uma proposta - pois a transformar-se em lei tal iria traduzir-se numa inaceitável cativação dos rendimentos e num ataque brutal à liberdade, numa espécie de início de sovietização do país. Mas só o facto de existir alguém com peso político junto do PSD e do governo capaz de o propor, confesso me assusta. Peço imensa desculpa, mas "liberais talvez sejam as tiazinhas deles".

Tango aus Berlin (17)

Hilde Hildebrand - "Ja Die Männer Sind Meine Schwache Seite" 

José Sócrates e os políticos/comentadores

Está errado José Sócrates ter sido confrontado sem aviso prévio com uma alteração qualitativa do seu espaço de comentário político (ou "tempo de antena", mais propriamente) na RTP1? Sim, claro, tal como aconteceria com qualquer outro participante em programa televisivo ou radiofónico, fosse ele político, cultural, desportivo, de entretenimento, etc. É desleal, pouco ético e deontologicamente duvidoso, embora seja ainda mais duvidoso assistirmos diariamente a jornalistas transformados em "pé de microfone", dando as "deixas" para os tais "comentadores/políticos" gerirem as suas agendas e ambições ou limitarem-se a funcionar, mais prosaicamente, como megafones partidários ou governamentais. De qualquer forma,  o que aconteceu prova duas coisas:
  1. Que José Sócrates continua a suscitar ódios - que por vezes chegam mesmo à histeria e à paranóia - como talvez nunca tenha acontecido com qualquer outro político português em democracia. E particularmente à direita do espectro político, o que não deixa de ser curioso se nos lembrarmos da forma como foi combatido e acusado de "direitista" (ou de fazer "o jogo da direita") pela esquerda radical e comunista.
  2. Que o problema fundamental não se chama José Sócrates, Marques Mendes, Morais Sarmento, Zé da Horta ou Manel da Burra; ele está nesta particularidade muito portuguesa dos "políticos/comentadores" a quem são oferecidos generosos tempos de antena para defenderem, sem contradição, as suas causas e agendas políticas. Mas, que raio, não existem académicos, jornalistas qualificados, mesmo políticos retirados com trabalho académico reconhecido (e aqui apetece-me homenagear Medeiros Ferreira) em número suficiente para tal função?

sexta-feira, março 21, 2014

Friday midnight movie (81) - Sci-Fi (XII)


"Invaders From Mars", de William Cameron Menzies (1953)
Filme completo c/ legendas em castelhano

4 de Dezembro de 1956 - The "Million Dollar Quartet"

Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Johnny Cash

SLB - Tottenham Hotspurs: "lessons to learn"

Há umas semanas, no Estádio do Restelo, o SLB só não esteve em risco de perder dois pontos porque o árbitro invalidou, por "fora de jogo" contestável, um golo ao CFB. Na passada segunda-feira, no Funchal, o SLB só não esteve em risco de perder outros dois pontos porque um jogador do CD Nacional falhou um golo "cantado". Ontem, contra o Tottenham Hotspurs, foram Jan Oblak e Damir Skomina os "salvadores", já que assim como se aceita o árbitro não ter marcado "penalty" a Sulejmani, se o tivesse feito não seria também escândalo nenhum. Acontecimentos demasiado frequentes para serem apenas coincidências e que provam, isso sim, que a equipa tem grande dificuldade em controlar o jogo e "descansar com bola" fazendo-a circular, o que vai contra a sua personalidade. Atenção, pois, porque se Garay está sempre do nosso lado, não existe qualquer garantia de que o mesmo aconteça com Deus.

quinta-feira, março 20, 2014

Motor City (17)

Barrett Strong - "Money (That's What I Want)"/"Oh I Apologize" (Abril de 1960)

O Manifesto dos 70 e as eleições europeias

Nunca, em Portugal, e desde que existem eleições para o Parlamento Europeu, as questões europeias se terão confundido tanto com as questões internas ou, pelo menos de forma tão aguda, as questões europeias terão sido percebidas pelos cidadãos como influenciando tanto a sua vida no dia a dia e o seu futuro. Por isso mesmo, discutir, durante a campanha eleitoral, as questões do "empobrecimento", da dívida, dos cortes salariais e das pensões, do euro, da competitividade das empresas, do emprego, da educação e da saúde e, para usar as expressões da moda, do pós-troika e dos possíveis compromissos entre quem e em torno de quê, significa também discutir o presente e o futuro da Europa e dos seus Estados-Membros no que isso tem de mais importante e em torno daquilo que mais importa: a Europa do bem-estar, da civilização, da democracia, da liberdade e dos cidadãos. E se é em torno destas questões que o debate europeu se deve centrar em Portugal, então temos forçosamente que concluir, ao contrário do que disseram o governo e seus propagandistas, da extrema oportunidade do aparecimento e divulgação do Manifesto dos 70 sobre a reestruturação da dívida, agora complementado com a adesão de várias personalidades estrangeiras. Em vez do silêncio imposto, ao mau e velho estilo "a pátria não se discute", temos aqui, num tempo que dificilmente poderia ser mais ajustado, um enorme e inicial contributo para a discussão política durante a campanha eleitoral. Infelizmente, perante alguma falta de comparência do PS quando da divulgação do Manifesto, pelo fogo de barragem vindo nessa mesma altura do lado das "tropas" governamentais e pelo pontapé de saída dado pelos palavrosos líderes das candidaturas do PS e da coligação PSD/CDS, que, ao contrário do que para aí li e ouvi, sempre achei péssimas escolhas, não me parece a oportunidade venha a ser completamente aproveitada. 

terça-feira, março 18, 2014

José Medeiros Ferreira - Cidadão e Benfiquista

Tornei-me espectador de "A Prova dos Nove" por causa das intervenções de José Medeiros Ferreira. Deixei de ser espectador de "A Prova dos Nove" quando Medeiros Ferreira foi substituído por Francisco Assis. Desde longa data, fui seguidor do seu "Cortex Frontal", que hoje respeitosamente apaguei da lista dos meus "blogs" recomendados. Quando saiu, fui a correr comprar "Não Há Mapa Cor de Rosa", que li de uma assentada. Dizer que faz falta gente como ele e que hoje em dia dificilmente se encontram substitutos à altura, já muitos o disseram. Mas não ficaria bem comigo próprio se não o repetisse.

Já agora, o livrinho ("Não Há Mapa Cor de Rosa") é das Edições 70 e, acho, não me chegou a custar €15. Lê-lo é a melhor homenagem que podemos prestar a José Medeiros Ferreira e às suas lucidez e independência de pensamento.

Nota Final: José Medeiros Ferreira era também um grande benfiquista. Este ano, já são perdas demasiadas para o meu clube. Quem manda nestas coisas de nos mandar desta para pior não se importa de fazer uma pausa?

segunda-feira, março 17, 2014

The Satellite/Stax records story (28)

Booker T. & The M.G.'s - "Jellybread" (12 de Novembro de 1962)

Booker T. & The M.G.'s - "Aw Mercy" (12 de Novembro de 1962)

SCP - FCP (ou "The Times They Are A-Changing"?)

  1. Tive a oportunidade de ver dois jogos do FCP no espaço de quatro dias (Nápoles e SCP) e a impressão com que fico é que não existe ali uma ideia clara de jogo e tudo se resume (mais ou menos) "a bola para Ricardo Quaresma e ele que faça uns "números" e umas "cenas". Como este é uma espécie de Balotelli português, umas vezes lá  faz as tais "cenas" mas outras, a maioria delas, ausenta-se do jogo ou é inconsequente. Além disso, confiar a um só jogador, ainda para mais alguém como Quaresma que não é Messi ou Ronaldo e "monta negócio por conta própria", a função de resolver os problemas da equipa é meio caminho andado para o suicídio colectivo. Longe vão os tempos de Villas-Boas e do modelo de "posse" e grande qualidade de circulação de bola no meio-campo contrário, de "pressão alta com bola", como eu lhe costumava chamar. Cá por mim, como benfiquista, "agradeço a graça concedida".
  2. Em poucas semanas assisti a duas derrotas do FCP que me parecem sintomáticas de que o clube e Pinto da Costa perderam uma boa parte da influência em que assentou um dos pilares da sua hegemonia no do futebol português dos últimos anos: a arbitragem. Na primeira, contra o GD Estoril-Praia, através de um "penalty" indiscutível mas que há cinco ou dez anos me parece nunca teria sido marcado. Ontem, contra o SCP, com um golo obtido a partir de um claro "fora de jogo". A tradição já não é o que era ou "The Times They Are A-Changing "?

sábado, março 15, 2014

O Tottenham Hotspurs - SLB, Jorge Jesus e o jornalismo desportivo

Ora vamos lá ver... O essencial do Tottenham Hotspurs - SLB da passada quinta-feira aconteceu dentro das quatro linhas e refiro-me às excelentes exibição e vitória do meu clube, ao extraordinário jogo de Luisão, ao modo inteligente como Jorge Jesus abordou o jogo, à medíocre exibição dos Spurs e ao mau momento que a sua equipa atravessa e a uma excelente arbitragem. Isto foi o que aconteceu de essencial, e não algumas atitudes disparatadas e criticáveis, infelizmente demasiado comuns, de Jorge Jesus, às quais a SAD do meu clube, com Rui Costa e Shéu Han em primeiro lugar, estou certo saberá reagir. Querer inverter esta realidade é comportamento habitual do tablóidismo populista que impera em quase toda a imprensa desportiva portuguesa ou de quem, de modo mais rasteiro, pretende apenas aproveitar as estúpidas atitudes do treinador Jorge Jesus para desestabilizar a equipa. E será que essas estúpidas atitudes acabaram por ensombrar, de certa maneira, a vitória do SLB? Apenas para aqueles que pretendem, para vender jornais, conseguir "cliques" ou, pura e simplesmente, atacar o clube, inverter a ordem de importância dos acontecimentos e transformar o acessório, um "fait divers", em questão essencial. Ou será que já estão esquecidos do que de apocalíptico disseram quando do "caso Cardozo"?    

Documentário de sábado (28)

The Crimean War (1853 - 1856)

sexta-feira, março 14, 2014

Friday midnight movie (80) - Sci-Fi (XI)

"Not Of This Earth", de Roger Corman (1957)
Filme completo c/ legendas em castelhano

3 notas 3 sobre o Tottenham Hotspurs - SLB

  • Uma "chapelada" para Jorge Jesus: Cardozo segurou gente dos Spurs lá atrás e ajudou nas bolas paradas defensivas e a equipa, durante cerca de uma hora, baixou as suas linhas e convidou o Tottenham a adiantar-se para depois Amorim, principalmente ele, lançar os "sprinters" (Rodrigo, Markovic e Suljmani, mas também Sílvio e Siqueira) no espaço que os de White Hart Lane deixavam livre entre os recuados polícias de Cardozo e os restantes. Tinha tudo para dar certo, o que não significa dê sempre. Mas desta vez deu.
  • Com os seus melhores jogadores no meio-campo (e ontem não jogaram Sigurdsson, Dembélé, Capoué e Lamela) não se percebe como os Spurs usam e abusam do jogo directo, apesar de Adebayor. Ou melhor, percebo: Tim Sherwood é um treinador da velha escola inglesa e está tudo dito. Percebe-se agora porque Villas-Boas "encostou" o togolês. Infelizmente, mas também por responsabilidade sua - Villas-Boas -, as alternativas eram o "flop" Roberto Soldado e um Jermain Defoe em final de carreira.
  • De uma vez por todas: a responsabilidade pelo facto da equipa defender muito melhor não é fundamentalmente de Oblak e Fejsa, nem advém de uma mudança radical no modelo e nos processos de jogo da equipa. Por muito estranho que possa parecer, a equipa defende melhor porque deixou de ter Cardozo, um elemento que obrigava a equipa a "esticar-se" e os alas a jogarem mais "por fora". Com Lima e Rodrigo a equipa joga mais em "bloco" e com as linhas mais juntas pelo recuo de ambos, ganhando em segurança de jogo; e como Gaitán e Markovic, por ausência de um "pivot" de área, derivam agora muitas vezes para o meio, tal ajuda a consolidar os processos defensivos. É mais ou menos isto, certo?

quinta-feira, março 13, 2014

Adriano Correia de Oliveira e Manuel Alegre (10)

)
"Exílio" (Manuel Alegre - Luís Cília)
Editado em LP em 1967

A confissão do jogador Aaron Hunt e a atitude do árbitro

Tenho visto por aí muito elogiada a atitude do jogador Aaron Hunt, do Werder Bremen, ao assumir, perante o árbitro da partida, ter simulado um "penalty", levando este a alterar a sua decisão inicial. Não vou ser eu a criticar a atitude de Hunt, mas pergunto: pode um árbitro (ou uma equipa de arbitragem, para ser mais rigoroso), autoridade máxima em campo, a quem compete dirigir o jogo e cujas decisões são inapeláveis, alterar uma decisão anteriormente tomada em função das declarações de um jogador, mesmo que estas sejam em prejuízo da própria equipa do declarante? E se o jogador estiver equivocado e a irregularidade tiver mesmo existido? E se, por alguma razão, existir, por parte da equipa a que pertence o jogador em causa, interesse em que a falta não seja marcada, por exemplo, beneficiando assim uma qualquer outra equipa envolvida na mesma competição mas não em concorrência directa? Por fim, a quem compete dirigir um jogo de futebol? Aos jogadores ou à equipa de arbitragem? Sempre ou essa sua competência pode ser suspensa quando de circunstâncias como as acima relatadas? Pois é, há sempre uma outra maneira de ver as coisas...

quarta-feira, março 12, 2014

Da "inoportunidade"

Felizmente vivemos numa democracia, numa sociedade livre e aberta e por isso não compete aos governos nem aos orgãos de soberania decidir quando é ou não oportuno discutir um qualquer assunto político ou da governação. Tal acontece, isso sim, nos regimes ditatoriais e totalitários. Numa democracia liberal e não estando decretado qualquer estado de excepção, os cidadãos são, nos limites da lei, donos e senhores das suas iniciativas, podendo, em função disso, decidir, a cada momento, o que muito bem acharem pertinente debater e discutir no espaço público. Inclusivamente, enviar propostas para debate pelos seus representantes eleitos. Se o governo não considera algum desses debates ou alguma dessas propostas oportunas a sua opinião poderá - e será - por certo relevante, mas não passará de isso mesmo: uma opinião com o peso específico que lhe é atribuído por ter origem no executivo.  Será que este primeiro-ministro e o seu governo são capazes de entender este simples princípio? 

4ªs feiras, 18.15h (70) - "social realism in british cinema" (III)



"If...", de Lindsay Anderson (1968)
Filme completo c/ legendas em inglês

O Manifesto e o contra-ataque

Basta ter estado hoje atento ao contra-ataque dos "media", com destaque para os jornais económicos e para a TSF, onde jornalistas como Paulo Baldaia, Bruno Proença e André Macedo monopolizaram o comentário político/económico do respectivo Fórum, para perceber que o manifesto propondo a reestruturação da dívida atingiu o governo e o grupo de radicais seus defensores em cheio ou, pelo menos, em zona de elevada sensibilidade. Foi pois, por parte do governo, decretada a mobilização geral, não faltando ao rolo compressor dos seus defensores argumentos como a acusação de serem os seus subscritores os causadores da crise (embora nunca tenha ouvido Passos Coelho ou Paulo Portas criticarem o modelo de desenvolvimento seguido nos últimos anos antes de terem tido acesso ao "pote") ou um outro, decisivo, quando falham ou são insuficientes todos os outros: a inoportunidade da discussão. Ficámos assim também todos a saber, com esta mobilização geral, em que se traduziria, na prática, o tal amplo consenso proposto pelo governo e pelo Presidente da República aos partidos e forças da oposição: no acesso ao reino maravilhoso do pensamento único. Peço licença, mas todos estamos doentes de saber o que são esses tais "reinos maravilhosos".

terça-feira, março 11, 2014

Margaret Brundage & "Weird Tales" (7)

O "manifesto", o governo e Belém

O que o manifesto pedindo a reestruturação da dívida vem provar (independentemente da opinião sobre o assunto que cada um possa ter) é que, não sendo possível (nem desejável, acrescento) o tal "amplo consenso" sobre a actual governação, o que, a acontecer, transformaria a democracia numa caricatura ou numa ditadura mal disfarçada, são possíveis compromissos (a palavra parece-me menos "pantanosa" do que consensos) amplos, a cada momento, sobre questões políticas e de governação específicas e muito bem definidas. Aliás, como sempre foram durante a democracia. Claro que essa possibilidade prova também duas coisas: 
  1. Que é o governo, com o seu radicalismo ideológico e enquanto representante de facto dos credores (um género de governo de Vichy adaptado aos tempos e às circunstâncias), o principal responsável pela inviabilização de tais compromissos. 
  2. Que o Presidente da República, em vez de procurar o tal "amplo consenso", aparentemente em termos gerais e abstractos mas que significaria de facto uma caução à actual governação, deveria, isso sim, pôr o seu foco, a cada momento, na obtenção de compromissos sobre questões mais concretas e bem definidas. Mas para isso, claro, os portugueses teriam que ter na Presidência da República alguém com muito maior saber, sensibilidade e tacto políticos. Terem eleito Cavaco Silva faz parte do seu drama.

Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (19)

Herman's Hermits - "I'm Henry VII, I Am" (07-08-1965)

segunda-feira, março 10, 2014

O Vitória FC - Sporting CP e a tecnologia da linha de baliza

Ontem, no estádio do Bonfim, terá existido - pelo menos que me lembre - a primeira situação de dúvida consistente no campeonato 2013/14 sobre a bola ter ou não ultrapassado completamente a linha de golo. Pelo menos nos jogos entre os grandes, foi o primeiro caso em que, mesmo vistas a imagens em movimento lento, permanece alguma dúvida. Extrapolando para o total do campeonato, digamos que, no máximo, poderão vir a existir duas ou três situações semelhantes (e já estou a pecar por exagero). Não faltaram, porém, e mais uma vez, comentadores e jornalistas a clamarem pela utilização das "novas tecnologias", i.e., o famigerado "olho de falcão" (pedir é sempre fácil). Ora sabendo que a instalação da chamada "tecnologia de linha de golo", utilizada na Premiership, tem um custo de cerca de £250 000 (1£= €1.2) por estádio, pergunto-me quantos clubes portugueses, a maioria com elevados níveis de endividamento e orçamentos entre os €2.0 e os €5.0, com estádios e relvados em precárias condições, estariam dispostos a pagar por isso. E, já agora, solicito comentadores e jornalistas percam uns minutos com a respectiva análise custo/benefício e calculem quanto poderia vir a custar cada dúvida esclarecida. Pois, pedir é sempre mesmo muito fácil, mas talvez não fosse má ideia analisar primeiro custos e prioridades.

O equívoco de Cavaco

Cavaco Silva deve estar equivocado, ter má memória ou, pura e simplesmente, a achar que os fins justificam os meios, mentindo quando afirma existe em Portugal uma "falta de cultura política do compromisso". É que, ao contrário do que diz o Presidente da República, o regime fundado no 25 de Abril e consolidado com a Constituição de 1976 assentou fundamentalmente em compromissos políticos, desde logo na sua fundação. Não só existiu um consenso quanto à necessidade de uma mudança de regime (excluindo os mais radicais defensores da ditadura, claro), como sempre houve consenso entre PS, PSD e CDS quanto aos elementos estruturantes do novo regime: opção pela democracia liberal representativa e de base parlamentar, fim da tutela militar, integração europeia (embora com "nuances"), revisões constitucionais, privatizações, Estado Social, adesão ao euro, infraestruturas rodoviárias e a chamada política do betão, investimento nas agora chamadas empresas produtoras de bens não transaccionáveis, "Pacto Orçamental" (infelizmente), etc, etc. E, pasme-se, até em relação aos então chamados "desígnios nacionais" como Euro 2004 e Expo 98. O que não se pode confundir é tal coisa com uma espécie de União Nacional, tutelada por Belém, que torne as eleições num pró-forma e instale uma ditadura "de facto" apoiada pelos chamados "senadores" do regime, pela respectiva elite económica e assegurada por uma por uma comunicação social submissa. Nem que a inexistência do tal consenso deva obrigatoriamente excluir acordos possíveis sobre determinadas questões, como PS e PSD provaram ser possível na reformulação da divisão administrativa de Lisboa, exemplo que deveria ser seguido em outros áreas como reorganização dos concelhos e dos tribunais. Estamos conversados?

sábado, março 08, 2014

Manuela Ferreira Leite: a frase da semana


Manuela Ferreira Leite tem a coragem de, indo contra a corrente, dizer o óbvio em defesa de um país civilizado. Para manter o Estado Social, o que não exclui este se racionalize e se reforme, como bem o tentou fazer o primeiro governo de José Sócrates, é bem mais justo e menos recessivo aumentar, se necessário, os impostos directos - universais e progressivos - do que cortar nas pensões e nos salários dos funcionários públicos ou aumentar acima do razoável o preço dos serviços públicos, verdadeiros impostos, já muito pouco escondidos, que incidem sobre grupos profissionais ou sociais específicos - e sobre os mais pobres. António José Seguro e o PS, se e quando forem governo, vão ter que tomar uma decisão e era bom que, cálculos eleitorais à parte, o dissessem desde já claramente. Aliás João Galamba, deputado do PS, já o fez, e muito bem, aqui há algum tempo, salvo erro no “Sem Moderação”. Esta afirmação de Ferreira Leite vem também demonstrar mais uma vez a crise da social-democracia e provar que continua a vir do centro-direita social-cristão (Ferreira Leite, Bagão Félix, etc) a oposição mais consequente a este governo. Haja alguém!

sexta-feira, março 07, 2014

Friday midnight movie (79) - Gothic/Horror (XXI)

"Torture Garden", de Freddie Francis (1967)
Filme completo c/ legendas em castelhano

A banda sonora de "The Wolf of Wall Street" (5)

Bo Diddley - "Road Runner"

A RTP e a Ucrânia

A RTP1 - Serviço Público de Televisão - tem tratado no seu Telejornal a questão ucraniana de modo pouco rigoroso, enviesado, maniqueísta, para não ir mais longe e dizer propagandístico. Numa questão tão complexa, esperar-se-ia maior rigor e uma análise um pouco mais profunda do tema, bem como aproveitar a ocasião para divulgar que a Europa acaba nos Urais e a sua História não se reduziu às lutas entre Portugal e Castela ou às Invasões Napoleónicas. Se para questões de "lana caprina", mais próprias do jornalismo tablóide, ou outras mais sérias, como quando foi o caso da guerra do Iraque, desfilaram no canal um sem número de comentadores civis e militares, era obrigatório agora uma informação mais completa e também mais isenta e rigorosa por parte da RTP. Aos "russos e aos húngaros" - e ninguém cria ser russo em 1956 - brincávamos nós - crianças - no pátio do colégio quando a minha idade ainda se contava apenas por um dígito. Quero com isto dizer que a RTP deveria obrigar-se a bem mais do que a uma infantilização da informação. Os portugueses que não podem ou não querem pagar para ver televisão têm esse direito.

quinta-feira, março 06, 2014

Portugal na Grande Guerra - La Lys (1/1)

Depois da série da BBC sobre a Grande Guerra (ou 1ª Guerra Mundial), que este "blog" publicou nas últimas duas semanas, este documentário da RTP (2006) sobre a participação portuguesa na frente da Flandres (Portugal empreendeu também acções em África, logo a partir de 1914, em defesa das colónias de Angola e Moçambique) parece-me indispensável, e como complemento, para compreender como o país se integrou no conflito.

Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (18)

Rolling Stones - "(I Can't Get No) Satisfaction" (10-06-1965)

"Nós somos o poder"?

Podemos achar que as forças de segurança têm toda a razão nos seus protestos. Podemos também ser de opinião - todos nós, os que não simpatizamos com o actual governo e nos opomos à sua política de terceiro-mundização do país - que nada melhor do que uma grande manifestação das forças de segurança para assustar o governo e o fazer recuar em algumas das suas medidas mais gravosas (e estúpidas) - e as polícias têm todo o direito a demonstrarem a sua indignação. Podemos achar tudo isso, mas ouvir essas mesmas forças de segurança de um Estado Democrático afirmarem, pela boca de um seu dirigente sindical, "eles podem estar no poder mas nós somos o poder" é intolerável e inaceitável. É que eu sou dos que pensam, ao contrário dos muitos que se prestam, por exemplo, a apoiar sem reservas aquela perigosa salganhada da Praça da Independência de Kiev só porque lutam contra Putin (um safado, sem qualquer margem para dúvidas), que na luta política ainda não vale tudo. 

E, já agora, para além de aproveitar para informar os sindicatos das polícias que nas democracias o poder reside no povo, e não em quem tem armas, convém também alertar o governo para que não pode daqui lavar as suas mãos: ter deixado o seu relacionamento com as forças de segurança chegar a este estado de quase total desagregação e indisciplina é igualmente intolerável e inaceitável, pelo que os ministros Macedo e Aguiar-Branco (este, com ou sem hífen) devem por esse estado de coisas prestar urgentemente contas aos portugueses no local próprio para tal, isto é, na Assembleia da República. E devia ser já amanhã.

quarta-feira, março 05, 2014

A 1ª Guerra Mundial - BBC 2003 (10/10)

10º Episódio - "War Without End" (legendas em português)

4ªs feiras, 18.15h (69) - André Delvaux (1)

Filme completo c/ legendas em inglês

Motor City (16)

The Miracles - "Way Over There" (Fevereiro de 1960)

E se a crise do FCP fosse estrutural?

No dia seguinte à derrota do FCP com o Estoril (0-1), escrevi o seguinte neste "blog":


Poderia - e deveria - ter acrescentado que na base daquilo que poderíamos chamar "a conquista do poder" pelo FCP está a inflexão a norte do poder político e económico no período pós-25 de Abril de 1974 e que o "músculo" financeiro adquirido pelo FCP nos últimos anos, que lhe permitiu descolar dos seus rivais em termos orçamentais, só foi tornado possível pela participação constante na Champions League e pelos bons resultados nela alcançados, fruto da hegemonia conseguida a nível interno.

Ora baseando-me no racional apresentado nos dois parágrafos anteriores e no facto da crise económica e financeira do país dificultar um maior endividamento dos clubes bem como a captação de receitas adicionais, o que vai dificultar - e muito - que os clubes portugueses consigam alcançar bons resultados na Champions League; tendo também em atenção que  nas duas últimas épocas o FCP só conseguiu ser campeão por enorme demérito do SLB, pergunto-me se estamos apenas perante mais um caso Octávio Machado, Quinito, Del Neri e etc, ou se a crise do FCP não terá características mais estruturais, que obrigarão o clube nos próximos anos à perda da sua hegemonia e a uma subsequente maior partilha do poder e de títulos para os seus dois rivais de Lisboa.

Mais do que centrar a análise da crise do FCP em Paulo Fonseca (o FCP já foi campeão com treinadores género Rato Mickey), no facto de terem existido erros na construção do plantel (e eles terão existido, mas serão assim tanto uma novidade?), em mitos, como a "estrutura", criados por uma comunicação social "atenta, veneradora e obrigada", na alegada geriatria de Pinto da Costa, há que ir um pouco mais longe e pensar se e de que modo os alicerces sobre os quais se edificou a hegemonia do clube das Antas continuam sólidos e válidos. Mais um vez, pelo que acima descrevo (a que poderia juntar exemplos como a condenação de jogadores do clube no caso do "túnel" e o desgaste causado na sua imagem e nos seus apoios políticos e económicos pela divulgação do "apito dourado"), quer-me parecer que não. É que se nenhum poder é eterno, aquele que depende menos de si próprio e mais de factores externos que se vão modificando ao longo do tempo pode torná-lo demasiado vulnerável.

segunda-feira, março 03, 2014

A 1ª Guerra Mundial - BBC 2003 (8/10)

8º Episódio - "Revolution" (legendas em português)

CFB - SLB: o vídeo do golo anulado

"Freddy tapa a visão ao guardião do Benfica e desvia-se para este rematar à baliza" - afirmação do comentador que as imagens corroboram. Decisão discutível da arbitragem, aceito, mas tudo menos o "erro grosseiro"  que oiço e leio por aí vindo da parte de quem devia conhecer melhor as leis do jogo.

The Satellite/Stax records story (27)

Rufus Thomas - "The Dog" (21 de Outubro de 1962)

Rufus Thomas - "Did You Ever Love A Woman" (21 de Outubro de 1962)

CFB - SLB: sobre o golo anulado


Não vou agora aqui discutir se o árbitro errou ou não ao anular o golo do C.F. Os Belenenses. Aliás, a minha primeira reacção quando vi o lance na TV foi que o árbitro assistente teria mesmo errado. Mas depois de ler com atenção os "Amendments to the Laws of The Game" - 2013/2014, sem ter adquirido certezas sobre o julgamento do lance, sou de opinião que, a existir erro, ele não será assim tão grosseiro como por aí se afirma e existe alguma latitude para que a equipa de arbitragem aplique o seu critério. Acresce que o jogador do CFB não só não está estático como, inclusivamente, o seu movimento de recuo não é linear, o que se pode ver no vídeo do lance (infelizmente, não o tenho: se alguém o tiver agradeço me envie o "link").

Já agora: como é óbvio, não vou discutir aqui cretinices do género quem é ou foi mais beneficiado ao longo do campeonato, lances de julgamento errado ou duvidoso em outros jogos, etc, etc. Coloco aqui este caso, independentemente de o meu clube ter sido alegadamente beneficiado, porque me parece ser, à luz das leis do jogo e das recomendações da FIFA, um "case study".

domingo, março 02, 2014

A 1ª Guerra Mundial - BBC 2003 (7/10)

7º Episódio - "Blockade" (legendas em português)

O "meu" Resnais e o "nouveau roman"

A vida tem destas coisas. Foi através de Alain Resnais que cheguei a Marguerite Duras, Robbe-Grillet e ao "nouveau roman". Ainda mais curioso porque, apesar disso, o único filme de Resnais com guião de algum dos nomes do "nouveau roman"  que vi antes de ler algum desses autores foi "L'Anné Dernière à Marienbad", num qualquer ciclo de cinema - talvez da Casa da Imprensa - antes da 25 de Abril. Mas foi saber da existência do "Hiroshima Mon Amour" filme (só estreou em Portugal depois da revolução, tal como o documentário "Nuit et Brouillard") que me fez procurar, encontrar e ler respectivo o guião e também partir para "Moderato Cantabile" - que, aliás, havia pela casa paterna. E fui por aí fora, até mesmo "No Fundo Deste Canal", de Alfredo Margarido, cultor português do género. Depois foi também um corropio de filmes de Resnais até "Coeurs", o último que vi. Uns melhores, outros menos conseguidos, certamente. Uns que me atraíram mais ("Je T'Aime, Je T'Aime") e outros menos ("Smoking - No Smoking"). Mas espero que alguém não se esqueça de repor por aí num qualquer cinema "On Cônnait La Chanson", a sua homenagem a Dennis Potter, outro nome "muito cá de casa". Fica o desafio, mas face ao cinema que hoje vemos por aí, quem ligaria a Alain Resnais?

Matiné de Domingo - especial Alain Resnais (3 de Junho 1922 - 1 de Março 2014) - II

"Hiroshima Mon Amour" (1959) - Guião de Marguerite Duras
Filme completo c/ legendas em português

Matiné de Domingo - especial Alain Resnais (3 de Junho 1922 - 1 de Março 2014)

Filme completo c/ legendas em português