sábado, junho 21, 2014

O BES e "tirar o Estado das empresas"

Ok, a senhora (Rita Barosa) até tem um percurso na banca que a recomenda para o lugar; nesse aspecto, nada a dizer. Bom, mas foi membro do governo, embora se possa dizer que episodicamente; enfim, foi assim a modos que um "vai ser tão bom, não foi", pode dizer-se que terá ido ao engano. Ah, mas foi como secretária de Estado do ministro Miguel Relvas: enfim, toda a gente tem um mau momento na vida, uma mancha mais ou menos sombria no seu passado. Mas então Relvas não é conhecido por ser um "facilitador"? Enfim, a senhora, quando viu como a "coisa" era, pediu licença e foi-se embora, para a sua "zona de conforto", todos sabemos como essas coisas são. Mas agora, depois de trabalhar (por escasso tempo, eu sei) com um "facilitador" como o ministro Relvas (não lhe chamo ex-ministro, "personagens" - ou "pintas" - como ele são ministros vitalícios) vai para a administração de um BES, em grave crise e sob suspeita, incluída no pacote de Paulo Mota Pinto, ex- juiz de Tribunal Constitucional proposto pelo PSD (será que Mota Pinto, que até é um tipo simpático, é dos que não "traiu"?), membro da Comissão Política de recandidatura de Cavaco Silva, ex-vice presidente da Comissão Política Nacional do PSD, actual deputado e ex-presidente da Comissão Parlamentar de Economia e Finanças? E que, claro, como não tem qualquer percurso na banca e vai ocupar um lugar de representação ("chairman"), vai também ele assumir o papel de "facilitador"? Já agora - e o agora refere-se também a todo o processo de sucessão no  GES - o Banco de Portugal , que já não é dirigido por um "socialista suspeito", mas por alguém que até teve um papel importante na queda do governo Sócrates, vai aceitar toda esta "fantochada"? E o principal partido da oposição, o tal que, segundo o seu actual secretário-geral, "quer separar a política dos negócios", que vai dizer? Suspeito que pouco ou nada (até gora, nada), porque terá "telhados de vidro". Moral da história, que todas as histórias devem ter uma moral: depois de o fomentarem, venham agora queixar-se do ambiente anti-partidos, do populismo, da histeria justicialista, da decadência do regime, etc, etc. E, já agora, repitam lá que tudo isto se resolve com a diminuição do número de deputados e com os círculos uninominais. Ou, a aqui vou soltar uma enorme gargalhada, que "é preciso tirar o Estado da empresas"... Importam-se de (não)repetir? 

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