segunda-feira, junho 02, 2014

A responsabilidade política de António Costa

Olhando para a votação de Fernando Nobre nas últimas presidenciais e para a de Marinho e Pinto nas europeias, podemos concluir que existe uma forte tendência entre muitos portugueses para darem o seu apoio a uma personalidade política a quem, por razões várias e nem sempre coincidentes, atribuam qualidades ímpares para o exercício das funções governativas. Que os portugueses personalizem em demasia as suas escolhas e privilegiem quem acham vem de fora do "sistema" e se candidata contra ele, potencia o perigo populista e proporciona a génese do messianismo e da ditadura, mas se uma personalidade à qual os portugueses reconheçam, de uma maneira geral, qualidades ímpares para a governação surgir de dentro do regime, do seio de um dos dois grandes partidos do "consenso europeu" (PS e PSD) e com o controle e apoio destes, das suas estruturas e no respeito pelos fundamentos do Estado de Direito Democrático, não será certamente a opção ideal, mas pode certamente ser considerado como um mal menor. Talvez mesmo a derradeira oportunidade do regime e da democracia liberal. Pode vir a ser esta a responsabilidade política de alguém como António Costa. 

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