sábado, maio 17, 2014

Ainda a final de Turim, agora para falar da arbitragem

Voltemos à final de Turim e para falar de um tema que muito raramente abordo, a arbitragem, tentando fazê-lo de um ponto de vista diferente dos que me habituei a ler e ouvir e pode ajudar a explicar as decisões de Felix Brich.

Sejamos claros: em condições normais, nenhuma equipa de arbitragem - a quem, para além de fazer aplicar as leis, compete também gerir o jogo - de uma final europeia (ou mundial, neste caso a nível de selecções) expulsa um jogador numa fase precoce do jogo a não ser por razões indiscutíveis e quando estas não lhe concedam alternativa. Do mesmo modo, não assinala uma grande penalidade a não ser quando o lance, analisado no campo e não depois de infinitas repetições, sob vários ângulos e em câmara lenta, vistas nas televisões, lhe parece indiscutível de tal sanção. São jogos-chave que devem ser geridos de forma cautelosa e sem protagonismos ou exposição excessiva por parte das equipas de arbitragem. Esta é a regra. Ora olhando para os lances mais polémicos do jogo de Turim, nem a falta sobre Sulejmani, num momento precoce do jogo, é passível de indiscutível expulsão (esta seria adequada, mas o "amarelo" é aceitável e corresponde à tal decisão "defensiva" da equipa de arbitragem em jogos deste tipo), nem as faltas sobre Lima (a que me parece mais evidente, depois de vista pela TV, mas mesmo assim num lance algo "embrulhado"), Gaitán (este exagera o espectáculo da queda o que com certeza ajudou à decisão de Brich) ou a "mão" de Carriço são dos tais lances que, mesmo que em rigor faltosos, se possam considerar, sem serem vistos via TV, escandalosos ou, falando de modo mais rigoroso e em termos jurídicos, "beyond reasonable doubt". Aliás, o facto de mesmo depois de visionamento televisivo ser difícil encontrar um consenso entre comentadores de arbitragem, antigos jogadores e jornalistas, relativamente a qual ou quais desses lances devia ser aplicada sanção diferente da decidida por Felix Brich, prova exactamente aquilo que digo e o racional que - penso - terá estado na base das decisões da equipa de arbitragem, infelizmente todas elas contrárias aos meus desejos e interesses do meu clube. No fundo, desde as ausências forçadas e uma lesão inoportuna até às decisões de uma equipa de arbitragem em que, como é normal nestas finais, o peso da gestão do jogo se sobrepôs a uma actuação em que a aplicação pura e dura das leis poderia ter assumido outro protagonismo, tudo o que poderia ter corrido mal, correu mesmo muito mal. E foi pena.

3 comentários:

Luis Magalhães Pereira disse...

É uma análise extremamente sensata a tua. Tenho exactamente a mesma opinião sobre os lances. Esta final - que foi um grande jogo apesar da ausência de golos - pautou-se pelo equilibrio e creio que faria justiça se se marcassem 2 penalties: esse do Lima e duma falta do Luisão sobre o Bacca. Qualquer equipa podia/merecia ter ganho mas o Sevilha foi mais feliz. Deviam instituir aquele sistema do golo dourado, porque os penalties...francamente!

Luis Magalhães Pereira disse...

É uma análise extremamente sensata a tua. Tenho exactamente a mesma opinião sobre os lances. Esta final - que foi um grande jogo apesar da ausência de golos - pautou-se pelo equilibrio e creio que faria justiça se se marcassem 2 penalties: esse do Lima e duma falta do Luisão sobre o Bacca. Qualquer equipa podia/merecia ter ganho mas o Sevilha foi mais feliz. Deviam instituir aquele sistema do golo dourado, porque os penalties...francamente!

JC disse...

Essa do Luisão sobre o Bacca, não me lembro. E não concordo com o golo dourado, que aliás testou mal quando foi instituído. Mal por mal, prefiro os "penalties".