quinta-feira, novembro 01, 2012

Marques Mendes ou a bóia de salvação

De facto, se o convite do governo ao PS para colaborar na "refundação" do MoU e na reforma do Estado tinha deixado o destinatário numa posição difícil e defensiva, pelo menos num primeiro momento (disse-o aqui, comparando-o à contra-ofensiva das Ardenas na WW II), as declarações de Marques Mendes, ontem à TVI, informando já existem negociações em curso com o FMI sobre o assunto, ofereceram da mão-beijada e em bandeja de prata ao PS o pretexto para a recusa de qualquer sua colaboração, dando contribuição significativa para afastar o partido de António José Seguro da posição difícil em que tinha sido colocado. Digamos que com amigos como Marques Mendes, por certo o governo não precisa sequer de inimigos. Definitivamente, nada sai certo a este governo.

5 comentários:

Scorpion disse...

Eu vi esse programa na TVI... O que mais me chamou a atenção foi o "chover no molhado" da direita que defende veementemente a máxima "menos estado e mais mercado". Ora vamos lá ver se entendemos que conversa é esta! O exemplo que M. Mendes deu foi o facto de existirem meios no estado para vigiar e fazer a manutenção de matas e florestas nacionais (pertencentes ao estado) e que, segundo o dito iluminado, deveriam deixar de existir e, esse serviço ser assegurado por uma entidade privada... Ora muito bem! E quem paga a essa empresa privada?!!! Pois é... o estado! Ou seja, ao invés dos nossos impostos serem geridos através dos mecanismos do estado, passam directamente para o bolso de privados. Por conta dessa conversa é que temos 3 (TRÊS) auto-estradas paralelas que ligam Lisboa ao Porto. Foi o tal mercado a "movimentar-se" para ensacar dinheiro "sacado" aos contribuintes. Esse tipo de serviços privados, GARANTO-VOS eu, é uma forma de os amigos dos políticos, e os próprios, roubarem dinheiro dos portugueses porque, na prática, a população fica INCOMPARAVELMENTE pior servida...

JC disse...

Caro Scorpion: não tenho uma visão maniqueísta Estado/privados. Haverá casos em que o Estado fará melhor do que o privado e vice-versa. Desde que a relação custo/qualidade e a eficiência do serviço prestado aos cidadãos seja a melhor, nada a obstar, num caso ou noutro.

Scorpion disse...

Tenho eu porque sei do que falo... E o Sr. JC tambem sabe! Portugal INTEIRO sabe! Basta andar atento e saber quais os "privados" que, estranhamente, ganham invariavelmente os concursos. Ninguem faz milagres. Se o estado estima uma obra em 1 milhão de Euros e aparece uma qualquer empresa, a concurso, a executá-la por 800 mil e ainda tem lucro, então não adjudiquem a obra a essa empresa, contratem o seu gestor que é um génio! O problema é que não é nada disso que acontece, mas sim, uma de duas possibilidades:
1ª - a obra é executada negligentemente "fugindo" ao que está descrito no caderno de encargos, para poupar dinheiro, e fica mal edificada tendo, mais tarde, o estado que pagar para reparar o que foi mal construido.
2ª - acontecem as habituais derrapagens que o povão paga sem bufar...
O único critério para se passar um serviço, actualmente (bem ou mal, porque existe de tudo)assegurado pelo estado, para a alçada de privados é haver um amigo (de um, ou mais governantes) interessado em ganhar dinheiro á conta do erário público e, por consequência, dar algum ao/s referido/s amigos...
Um destes dias veio a público uma notícia pela qual ficámos todos, finalmente e claramente, a saber porque é que o "gajo" da licenciatura de 4 cadeiras é tão intocável no governo... Tecnoforma era o nome da coisa não era?!!!

Unknown disse...

Oh, homem! A sua ignorância já roça o patológico. Não enxerga que o "ganda nóia" apenas diz o que o tio aníbal lhe manda para atingir os seus fins? Mas agora dá para entender: se você não percebe nada de realpolitik, como é que poderia saber interpretar a História.
Já agora (como ainda deve ser um rapazola)um conselho de quem apelidou de racista e anti-semita, a propósito das declarações deploráveis e ofensivas do sr. ulrich ao martirizado povo português(lembra-se?): deixe-se disto e mude de ofício.

JC disse...

Mudar de ofício? Vou pensar nisso, Fernando Souza. Obrigado pela sugestão.