quarta-feira, agosto 29, 2012

Sporting Clube de Braga

  1. Se as equipas são quase sempre a "cara" do seu treinador, isto é ainda mais verdadeiro com o SC Braga: linhas muito próximas, um bloco subido que permite à equipa ganhar bolas em zonas altas do terreno, grande capacidade, certeza e velocidade na circulação de bola, mas... como é habitual nas equipas de José Peseiro, alguma falta de agressividade e eficácia junto das duas balizas. Não fora tal coisa, já vista na Luz (dois golos oferecidos pelo SLB) e em ambos os jogos com a Udinese, e teriam facilmente "arrumado", sem necessidade de recurso a prolongamento e penalties, uma equipa italiana muito fraca (o futebol da "bota" está pela hora da morte) e com poucas soluções. A jogarem sempre assim, vão mesmo ser um "osso" duro de roer no campeonato. 
  2. Devo dizer que a sustentabilidade do projecto do SC Braga ainda me deixa algumas dúvidas. Independentemente dos méritos gestionários de António Salvador e da sua equipa, o clube está, talvez demasiadamente, ligado à autarquia (que é a sua verdadeira dona) e parece que ainda ao empresário Jorge Mendes. Não será o Boavista da família Loureiro, de reputação mais do que duvidosa e que fez do clube parte integrante e importante do seu projecto de poder, abandonando-o quando deixou de o servir, mas será que pode ter algumas semelhanças com o caso do VFC (Setúbal), que cresceu e atingiu o auge com o desenvolvimento da segunda vaga industrial no distrito e caiu a pique quando ela entrou em colapso? Enfim, Braga, enquanto cidade centro de uma área diversificada e relativamente estruturada onde coexistem indústria, agricultura, serviços e universidade, parece-me bem mais ao abrigo do declínio do que a Setúbal dos anos 60/70 do século XX. Mas manda o saber de experiência feito ter algumas cautelas e tentar aprofundar as questões para melhor se prever o futuro.  

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