terça-feira, agosto 07, 2012

RDA (mas não só): o outro lado dos Jogos Olímpicos


Nota: não tenho uma visão moralista ou hipócrita sobre a questão do "doping". Como disse um dia o "velho" Joaquim Agostinho, "ninguém sobe os Alpes e os Pirinéus de bicicleta apenas a comer bifes com batatas fritas". E pergunto-me sempre se alguém se interessaria por uma final dos 100 metros em que todos os participantes fizessem marcas acima dos 10 segundos, já que, para além do treino, das condições morfo-fisiológicas necessárias e da evolução da medicina desportiva, não tenho ilusões sobre sobre o que também influencia os grandes resultados e a luta que se trava constantemente entre os "métodos" que potenciam o alto rendimento dos atletas e o controlo anti-dopagem, tentando as diversas instâncias desportivas manter o "doping" dentro dos limites do socialmente tolerável, isto é, o suficiente para permitir grandes marcas mas sem dar demasiado nas vistas. E este foi exactamente o problema da defunta RDA, como o foi de outras atletas, detectadas ou não, do leste europeu (Jarmila Kratochvilová, por exemplo), ou dos USA (Florence Grifith-Joyner, Jackie Joyner-Kersee e, mais tarde, Marion Jones etc): deram demasiado nas vistas, o que descredibilizou as marcas alcançadas. Alguns dos seus registos, principalmente nos lançamentos masculinos e na velocidade e meio-fundo (800 e 1500 metros) femininos, ainda hoje, mais de vinte anos depois, se mantêm como máximos mundiais. 

2 comentários:

Vic disse...

Que quanto a mim, deveriam ser anulados. Tais como o máximo dos 10.000 m femininos.
Creio que, por exemplo em relação aos 100 m femininos, o record só cairá quando se produzirem super mulheres.
Abraço

JC disse...

Só poderiam ser anulados se os atletas tivessem controlado positivo. E como tal, em alguns casos, não aconteceu... Já agora, como se prova, já se produziram super-mulheres... Um pouco masculinas, enfim...