quinta-feira, junho 28, 2012

Um pouco mais sobre o jogo de ontem...

  1. Justa vitória de Espanha. Foi sempre a equipa dominante (o que é diferente de ser dominadora ou controlar o jogo), em função de cuja ideia de jogo, e para a tentar contrariar, a selecção portuguesa se organizou. No prolongamento "abafou" o adversário, teve as melhores oportunidades e podia ter aí ganho o jogo. Teve sempre mais e melhores soluções no "banco", apesar do notório erro de "casting" que consistiu na titularidade de Negredo.
  2. Portugal tentou contrariar a selecção de Espanha jogando no campo todo, mas dificilmente conseguiu desse modo roubar bolas e iniciar as transições em zonas "altas" do campo: a segurança de posse e circulação de bola da "roja" raramente o permitem. Estoirada por correr atrás de "rato", acabou, no prolongamento, por se ver constrangida a colocar o "autocarro" e esperar os "penalties", um pouco como tinha aqui previsto. E como teve de jogar mais atrás, Cristiano apareceu menos. Mas 43% de posse de bola contra a selecção de Espanha é motivo para louvor e não me lembro de ver Espanha em tantas dificuldades num jogo decisivo.
  3. Já tive de ouvir quem dissesse que não se entendia o porquê da selecção portuguesa ter recuado tanto no prolongamento, já que tinha mais dois dias de descanso. Simples: não tinha no "banco" jogadores com a qualidade de Fábregas, Pedro ou Navas (e sobraram muitos mais e até faltou o decisivo Villa), que vieram dar o segundo fôlego a Espanha, e o "tiki taka" é bem menos desgastante que o futebol de "sprints" e bolas longas da equipa portuguesa.
  4. Como se viu, ridículo todo o estardalhaço feito à volta do árbitro. "Old habits die hard".
  5. Os "penalties" não são uma lotaria. Digamos que "sorte e "azar" contam talvez um pouco mais do que no resto do jogo, mas quem chega a esse momento em melhor condição física e psicológica, "por cima" no jogo, tem sempre maiores probabilidades de ganhar.
  6. Se formos ver, Alemanha, Itália, Espanha e França são as equipas europeias dominantes em Europeus e Mundiais. As excepções são Holanda, Dinamarca (mesmo assim países bem mais "ricos" e desenvolvidos que Portugal) e Grécia (a excepção, mas que no conjunto de resultados é bem pior que Portugal), todas com um título europeu. É a isto que me refiro quando digo que "falta país" para a selecção portuguesa poder dar o "salto". 

2 comentários:

gps disse...

O JC é sempre um pouco faccioso quando fala de Portugal e dos Portugueses.

Começa o comentário por dizer que foi justa a vitória. Quando na minha opinião o resultado mais justo seria o empate.

E diz que Espanha foi sempre a equipa dominante, o que não é bem verdade, pois Portugal dominou grande parte dos 90 minutos.

Também refere que "falta país", mas a "sua" Inglaterra (apesar de ter ganho em 66) não tem tido melhores resultados que o seu Portugal.

Não me estou a defender com a "sua" Inglaterra ("com o mal dos outros ..."), mas relembro-lhe que a nossa base de recrutamento é muito inferior à desses países e que as nossas expectativas eram muito reduzidas (basta consultar os seus posts iniciais, no qual demonstrou que não iria perder muito tempo com o Euro), pelo que ficar em 3º lugar tem que ser um motivo de orgulho (e não ser encarado como uma vitória moral).

E será

JC disse...

Caro gps: leu bem o que escrevi? "Foi sempre a equipa dominante (o que é diferente de ser dominadora ou controlar o jogo)". Portanto,nem sequer disse que Espanha dominou, mas que foi a selecção "dominante", o que significa que foi mais Portugal a ter que adaptar um pouco o seu jogo ao modo como Espanha joga. Certo? Claro que nos 90' o empate era justo, mas Espanha esteve sempre "por cima" no prolongamento, acabando por ser a vitória nos "penalties" o corolário lógico do que se passou. Como digo no "post", quem chega mental e fisicamente melhor aos "penalties" tem mais possibilidades de ser bem sucedido: foi isso que aconteceu. Por último, nunca comparo no texto as selecções portuguesa e inglesa, já que os resultados desta última não têm sido superiores aos da portuguesa nos últimos anos, antes pelo contrário. Comparo a selecção portuguesa c/ os habituais ganhadores (Espanha, França, Itália e Alemanha) e é aí concluo que falta país, explicando porquê no "post" anterior, onde incluo tb a questão do campo de recrutamento. Certo?
Já agora, não tenho má vontade nenhuma contra o que é português, mas tb não embarco em patrioteirismos.
Cumprimentos