quarta-feira, junho 13, 2012

A mulher de César (ou de Hollande)

A propósito deste "post", acho que a Ana Matos Pires tem razão num ponto e está fora dela em dois. Tem razão quando diz que não percebe como o "twitter de Valerie Trierweiler não pode ser entendido apenas como "duas cabeças (ela e a de Hollande) que pensam de modo diferente". Seria normal e desejável que assim fosse e em condições normais assim deveria ser. Mas... Não tem razão, primeiro, quando diz, criticando, que "gaja que é gaja defende ou fica calada quando o namorado tem determinada posição". E não o tem porque a questão de género não é para aqui chamada, isto é, se fosse ao contrário, "gaja" político e "gajo" cônjuge (ou gaja/gaja ou gajo/gajo, tanto faz), nada leva a crer a questão também não fosse levantada de modo semelhante. Em segundo lugar, também não tem razão porque sendo Ségolène Royal a anterior mulher de Hollande e Valerie a seguinte, o caso não pode deixar de dar lugar a interpretações que não terão muito a ver com a política. Correcta ou incorrectamente é o que menos importa, pois trata-se de uma mera questão de facto. E é exactamente por isso, e não por qualquer outra razão de género ou de autonomia intelectual, que mandaria o bom senso Valérie Trierweiler tivesse sido bem mais discreta no legítimo apoio político concedido ao adversário da ex-mulher de Hollande.

3 comentários:

Ana Matos Pires disse...

Primeira observação, odeio ditados populares em geral e esse da mulher de César em particular.

Segundo, gostava de poder ter a certeza que a questão de género não é pr aqui chamada, a verdade é que não tenho.

Terceiro, se é um facto que uma é a anterior mulher e outra a actual companheira o mesmo não se pode dizer em relação ao resto, isto é, nada me garante que se tal sucessão de relações não existisse o apoio expresso não teria sido o mesmo.

JC disse...

Bom, Ana, não por acaso, mas por serem perigosos, tb não gosto de ditados populares (principalmente daquele "não há fumo s/ fogo") e, por isso, estive hesitante em o utilizar. Está apenas no título... Mas isto é um pormenor...
1. Claro que ninguém pode ter a certeza não possa existir aqui tb uma questão de género, pelo menos para alguns,mas está longe de ser claro ela exista. Estamos no campo dos "ses".
2. Mas, Ana, não podemos estar a julgar o crime antes dele existir, e isso é o que posso depreender do "nada me pode garantir". Aí entraríamos num terreno perigoso... Existe uma questão de facto no relacionamento Ségolène/Valerie que recomendaria alguma discrição da parte desta, e esta parece-me ser a questão fundamental.

Ana Matos Pires disse...

A questão, João, é que para mim essa não é a questão fundamental.