quarta-feira, novembro 02, 2011

Papandreou: "all or nothing"

Ao recorrer ao referendo, Papandreou joga o jogo do "tudo ou nada". Se vencer, terá condições políticas únicas para implementar as medidas de austeridade impostas e, principal e preferencialmente, cria desde já, com o simples anúncio desse referendo mas ainda mais se o vencer, condições únicas para renegociar com a UE numa posição de vantagem e chantagem políticas; se perder, arrasta consigo, num cataclismo de proporções inimagináveis, os "maus da fita": a Europa e a zona euro, fruto das hesitações, contradições e conflitos de interesse político dos seus dirigentes.

Digamos que não o acompanho no jogo - até pelas minhas posições de princípio contra as democracias plebiscitárias - mas tiro-lhe desde já o meu chapéu.  

2 comentários:

Queirosiano disse...

Tiraria o chapéu se porventura se tratasse de uma preocupação democrática, apesar de colossalmente extemporânea.
Infelizmente, e está a ver-se, foi apenas uma jogada rasteira de política interna, coisa que está longe de ser rara na Grécia e noutras latitudes.
Resultado ? Além de o tiro sair pela culatra, talvez uma clarificação sempre bem-vinda e o colocar claramente alguns (não estou só a olhar para a Grécia...) perante as suas responsabilidades.

Não consigo deixar de me maravilhar com os dislates sabiamente debitados pela nossa comunicação social. A RTP chegou a ir buscar o eminente politólogo (e suponho que ex-treinador de futebol) Fernando Santos. Quando parece que se chegou ao extremo do disparate, ainda se arranja mais qualquer coisinha...

JC disse...

Como digo no "post", "não o acompanho" (ao Papandreou), mas, reconhecendo que é truque de ilusionista, pelo menos reconheço é um truque bem feito.
Já agora, Fernando Santos (actual seleccionador da Grécia) é tudo menos buuro e já o vi num P&C "arrumar" alguns comentadores "ilustres" da n/ praça.
Cumprimentos