quarta-feira, julho 27, 2011

Do desaparecimento de Passos Coelho às dificuldades do PS

  1. Um dos factos curiosos relacionados com o actual governo prende-se com o relativo apagamento do primeiro-ministro ou, digamos, com o papel secundário a que Pedro Passos Coelho foi ou se tem remetido. E não é caso único, já que um político experiente e "high profile" como Paulo Portas se tem também deixado ficar na sombra. Nem mesmo o conselheiro político Relvas tem dado sinais inequívocos da sua existência. Na prática, tem sido o independente Vítor Gaspar, sem experiência política anterior relevante, a assumir o papel de vedeta do executivo. Subalternização da política "pura e dura" ou submissão desta ao diktat das questões financeiras de curto-prazo?
  2. Não me parece as dificuldades do PS na oposição se reduzam ao facto de ter estado sem líder e se ter comprometido (e fez bem) com o MoU. O facto da sua estratégia de adiamento do "bailout", esperando entretanto ajuda de uma mudança de estratégia da UE, ter acabado por falhar, vendo-se obrigado a ele recorrer, bem como as dificuldades demonstradas, nos últimos anos do seu governo, para reduzir o "déficit" público aos ritmos acordados jogarão também papel importante nessas mesmas dificuldades. Já não falando, claro, no facto visível de ser o MoU, autêntico "plano-guia" para os próximos anos, um fato muito mais à medida de PSD e CDS.

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