quarta-feira, janeiro 26, 2011

Duas notas sobre o próximo Congresso do PS

  1. Iniciativas do tipo “Novas Fronteiras” ou “Estados Gerais” costumam ser eficazes quando se aproximam os tempos de assumir o poder, com a capacidade deste para atrair independentes e criar novos fiéis. Nessas ocasiões, depois de passado algum tempo na oposição, o partido que os convoca pode mesmo apresentar-se perante o país com alguma virgindade política e novas ideias vistas como “refrescantes”. Funcionará quando um partido está no poder em tempos de grave crise e dirige um governo fraco? De qualquer modo, na actual conjuntura e quando se é poder, só funcionará se os seus resultados vierem a reflectir-se em nova composição e novos planos de actividade do governo. Conseguirá o PS atrair para a governação gente que nos provoque algum entusiasmo e cause algum solavanco positivo no país? Pela composição do actual governo, tal parece pouco provável...
  2. O Congresso do PS decorre em data-chave. Até lá parece afastada a necessidade de recurso a auxílio externo (vulgo, FMI), mas parece ainda cedo para existirem dados oficiais sobre a execução orçamental do primeiro trimestre, facto essencial para se conhecer o que se seguirá. Se tudo correr bem nas contas públicas, José Sócrates talvez vá a tempo de apresentar alguns dados antecipados, não oficiais, que o legitimem e ao governo. A tal ser possível, seria mesmo a apoteose e constituiria enorme fôlego para o partido e para o governo. Se correr mal ou menos bem será balde demasiado grande e frio a ser lançado umas semanas depois, e anulará completamente o efeito de “Novas Fronteiras” e Congresso.

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