terça-feira, outubro 12, 2010

As "ideias" para a redução da despesa

Ora vamos lá ver... Se muitas das medidas propostas vox populi para diminuir a despesa do Estado são, como por aqui afirmei, inexequíveis no curto/médio prazo, apenas idiotas ou não levam a uma diminuição de custos verdadeiramente significativa numa máquina, como a do Estado, por razões históricas, da “cultura” instalada e das funções que exerce, pouco ágil e ainda menos flexível ou respondendo com resistências, e muito lentamente, à mudança (ver a este propósito o que também escreveu Daniel Oliveira), porque se insiste, demagogicamente, na “nova moda” da “recolha de ideias” (PSD, Pedro Santos Guerreiro no “Jornal de Negócios”, etc) que se sabe perfeitamente irão, 99% das vezes, desaguar no populismo mais rasteiro? A resposta é muito simples: por motivos puramente ideológicos, isto é, para tentar demonstrar que existe uma alternativa orçamental exequível que pode passar pela substituição do aumento de impostos por uma maior redução, no imediato, da despesa pública. Não é verdade: pelo menos de modo significativo e não mexendo nas funções sociais do Estado (saúde, educação, segurança social), não existe!

Claro que é sempre possível recorrer a algumas medidas demagógicas, de “encher o olho”, que justifiquem e tornem mais aceitável, perante o “povo da SIC”, a aceitação do agravamento da carga fiscal, muitas delas baseadas no tradicional ódio aos políticos (ora, tudo a andar de Opel Corsa!) ou aos “ricos e poderosos”! Mas não passarão disso mesmo: de um trompe d’oeil que não tardará a deixar bem à vista a realidade nua e crua e assim contribuirá, mais uma vez, para o descrédito dos políticos e do regime.

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