segunda-feira, setembro 20, 2010

Marcelo Rebelo de Sousa e a hipótese José Mourinho

Li por aí algures (à hora da arenga estava na “Catedral” e não sou habitué) que Marcelo Rebelo de Sousa, esse extraordinário toubib da "mãe pátria”, terá afirmado que a contratação de José Mourinho para seleccionador, nos próximos dois jogos, “não resolvia nada o problema do futebol português”. Gostaria de lembrar a Marcelo Rebelo de Sousa que o maior problema do futebol português, neste momento, dá pelo nome de ganhar em casa à Dinamarca e fora à Islândia, e que o resto soa ao labirinto do tal "projecto Queiroz" ou, pior ainda - e perdoem-me a expressão -, não passa de conversa de ir ao c*.

5 comentários:

Rui disse...

Discordo completamente, como já deve ter percebido da sua visão sobre este tema. O maior problema do futebol português, passa pela incapacidade, impossibilidade ou seja lá o que for de se arrasar tudo, dar uma vassourada radical na Liga, na Federação, no dirigismo etc.

Esse é que é o verdadeiro problema. Acabar com os esquemas omnipresentes das transferências de jogadores, das nomeações de árbitros, da justiça desportiva, da roubalheira etc.

O ambiente que se vive no futebol português é de terceiro mundo. É muito mal frequentado. Rasca e ordinário. Estou-me portanto nas tintas se ganhamos à Dinamarca ou à Finlândia...

Sou sócio, apoiante e sofredor do SLB. A minha irracionalidade acaba aqui...Mas até é possivel que um dia destes me dê, após um novo vómito, um ataque de lucidez e me cure desta doença.

Quanto ao mais sabe bem o que penso da grande palhaçada que foi este triste episódio dos senhores Madaíl e Mourinho...

JC disse...

Eu disse "de momento", caro Rui. E, se quer que lhe diga, pessoalmente tb não estou mtº preocupado se a selecção ganha ou não ganha os próximos jogos, desde que os jogadores do SLB convocados se não lesionem.Isso não impede que diga que o problema do futebol português é, para já, ganhar esses 2 jogos. O resto virá depois (se vier)e pouco ou nada depende do seleccionador. Sabe, em Portugal, quando as coisas correm mal, há a mania das reformas de fundo, "estruturais", de "grande fôlego", dos "projectos", que é a melhor maneira de nada se fazer e ficar na mesma. Comecem mas é a mudar as pequenas coisas do "dia a dia", que impedem que tudo seja feito de modo mais racional, com maior rigor, etc. Veja lá se já ouviu Mourinho falar das tais reformas estruturais nos clubes por onde passou? Pegou no que havia, respeitou-o e mudou apenas o necessário, adaptando-o ao seu modelo de gestão. E Scolari na selecção? Chegou e disse quem mandava! Ponto! Na generalidade, partilho da sua visão sobre o futebol português, sem dúvida. Só que a minha receita para o doente será um pouco diferente.

Rui disse...

Continuo a discordar diametralmente do que escreve (provavelmente não daquilo que pensa...). O problema imediato do futebol português é de credibilidade a todos os níveis. Temos alguns bons jogadores e treinadores e um empresário. O resto é mesmo muito mau. Não são as pequenas coisas que devem mudar. O que deve mudar são coisas grandes, tais como pessoas, educação, culturas. Acabar com os múltiplos esquemas medíocres e vigarices é “mudar as pequenas coisas do "dia a dia ???Não me parece meu caro...
Fico entretanto à espera da dita receita....

Rato disse...

Concordo genericamente com o Rui. E ontem ouvi, incrédulo, no programa "O Dia Seguinte" dizer-se que todo este "quiproquo" Mourinho-Federação tinha sido uma bem sucedida "operação de marketing" de Mister Madail!!!

JC disse...

Mas, caro Rui,eu tb acho é mtº mau. Só que não vejo hipótese de mudar assim de repente com mentalidades, cultura e pessoas tudo e todas de uma vez.Scolari mudou alguma coisa (não o via a prestar vassalagem a dirigentes e jornalistas, p. ex.). Hermínio Loureiro e Ricardo Costa tb deram um pequeno passo. Vai ter de ser assim, c/ avanços e alguns recuos.