quarta-feira, agosto 18, 2010

Desemprego e economia

Se o facto de 55.3% das pessoas sem emprego, em Portugal, serem desempregados de longa duração e 74 % de estes não possuírem mais do que o ensino básico é uma notícia socialmente preocupante, a exigir reforço de medidas adequadas de protecção social por parte do governo (a esmagadora maioria destes portugueses não reentrará no mercado de trabalho), por outro lado, e sabendo também que o desemprego de curta duração sofreu um recuo de 4%, isto significa que a reconversão e modernização do tecido empresarial português se vai pouco a pouco realizando e estes serão os inevitáveis custos a pagar por uma geração sacrificada.

Significará também que a actual lei dos despedimentos, que flexibiliza os despedimentos colectivos para reconversão das empresas, se mostra adequada à realidade empresarial e que a liberalização do despedimento individual, por muitos apresentada como panaceia para o aumento de competitividade das empresas e economia portuguesas, em pouco ou nada contribuirá para tal desiderato.

Demonstra também à saciedade a importância do estado-providência, permitindo ao tecido empresarial a necessária e imprescindível reconversão sem que os inerentes custos sociais ponham demasiado em causa ao ordem social, o funcionamento da economia e das instituições democráticas.

Tudo o mais que se possa dizer em função da análise destes indicadores agregados entrará no campo da pura demagogia partidária.

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