segunda-feira, março 29, 2010

Os direitos televisivos e as ligas nacionais

A receita da venda de direitos televisivos da liga portuguesa de futebol profissional permite constatar, uma vez mais, o total absurdo que constitui o facto de os três principais clubes (SLB, FCP e SCP) – e, porventura, mesmo um quarto: V. de Guimarães - serem obrigados a jogar uma liga nacional. Em conjunto, SLB, FCP e SCP obtêm apenas cerca de 50% (24 milhões de euros) do total das receitas geradas, enquanto as audiências associadas se podem calcular, sem grande risco, num mínimo de 95% do total. No fundo, estamos perante um caso extremo de parasitagem das receitas dos grandes clubes pelos mais pequenos, pois só assim se consegue um mínimo de competitividade que permita conseguir assistências e audiências significativas. Caso os chamados três grandes jogassem uma liga ibérica, por exemplo, seria muito fácil ao SLB, para só falar do meu clube, aproximar-se dos 75 a 80 milhões de receita de direitos televisivos, já que Real Madrid e Barcelona, em conjunto, conseguem cerca de 1/4 de milhão.

Quer se queira quer não, a televisão veio pôr em causa a actual estrutura organizativa do futebol europeu, e a inexistência de uma Liga Europeia ou a integração ou fusão entre ligas nacionais permanece um perfeito disparate, um resquício de um passado amador. Esperemos que não por muito tempo.

1 comentário:

Nuno Miguel disse...

Os grandes clubes precisam dos pequenos tanto como os pequenos precisam dos grandes. As receitas deveriam ser divididas como na Premier League, uma percentagem (cerca de 50%) distribuida igualmente entre todos os clubes e o restantes distribuído em função da classificação obtida no final do campeonato e share de audiências.

Um campeonato com três equipa apenas será a morte do futebol nacional. E a migração dos grandes do futebol português para Espanha como alguns preconizam será a morte desses clubes....