domingo, março 07, 2010

Ligeirinho, porque hoje joga o Benfica - 1. Maria Filomena Mónica e a "força bruta"

Mª Filomena Mónica veio a terreiro um destes dias afirmar que os homens ganham, em média, mais do que as mulheres porque “têm músculos mais fortes e a força bruta ainda domina”. Bom, não me parece que a força bruta ainda domine tanto como isso, pelo menos depois das produtoras de gás butano terem começado a utilizar aqueles botijas que, de tão leves, nos deveriam ser entregues por uma “estupendaça” igual à da publicidade. Mas, claro, sabemos que os publicitários são uns exagerados e, assim, eu nunca vi nenhuma. Pelo vistos, MFM também exagera, já que, embora eu não seja antropólogo, quer-me cá parecer que a musculatura masculina será menos causa e mais consequência de, ao longo dos milénios, a maternidade e amamentação femininas terem remetido o homem a tarefas actualmente tão menosprezadas pelo sexo feminino como a caça e a guerra. Mas pode MFM estar descansada que, com o fim da caça como actividade de subsistência e da guerra ligada à força bruta e não à tecnologia, as coisas tenderão a equilibrar-se. É questão de ser paciente... Fica apenas o problema da maternidade por resolver, mas as cesarianas e os biberões poderão aqui dar uma boa ajuda...

Já agora. Claro que não nego a existência de uma discriminação negativa da mulher, em termos salariais e não só, no mercado de trabalho. Existem estatísticas e, para além da verdade nua e crua dos números, os exemplos são múltiplos e todos, directa ou indirectamente, conhecemos um ou vários casos. Mas, tendo dito isto, porque será que, embora todos também possamos disso apontar exemplos, nunca encontro qualquer afirmação explícita sobre casos de mulheres que singram na sua vida profissional utilizando quase exclusivamente a arma da sedução e do sexo? E porque será que se alguém (homem) ousa apontar disso um exemplo é de imediato rotulado de machista empedernido? Não estaremos aí em presença de um caso de discriminação positiva, que coloca as mulheres numa situação de vantagem para com os homens?

Muito bem, concordo existe desigualdade. Mas que tal se não olhássemos as coisas apenas de uma forma enviesada, de um só ponto de vista?

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Como sabemos, em quase todos os cursos superiores (exceptuados os tecnológicos ) as mulheres encontram-se já numa musculada maioria.

Num futuro não muito distante, senão já a mera realidade, professoras, juízas, procuradoras, advogadas, médicas, economistas, terão a preponderância no respectivo sector.

Conheço fotos de grupo em turmas universitárias onde apenas se vislumbra, e com dificuldade, um ou dois escassos e felizardos exemplares machos, no papel de “pet” da turma, linces ibéricos zelosamente preservado pelas colegas.

Portugal é dos países do mundo com mais mulheres a trabalhar fora do âmbito familiar. Até as forças armadas contam já com uma razoável participação de mulheres, seguindo as heróicas tradições nacionais de força - bruta - da D. Brites de Almeida e D. Deuladeu Martins, entre outras.

Quem não se lembra da já longínqua série televisiva “Mátria” da autoria da insuspeita Natália Correia, onde se deu conta e merecida ênfase a extraordinárias mulheres lusas que, munidas de força bruta ou outro tipo de força, engrandeceram a Pátria, aliás, Mátria ?

As comissões para o sistema de quotas e paridade farão o resto do trabalho, sobretudo no âmbito das instâncias do poder ( onde, mesmo sem paridade, já houve uma primeiro-ministro e actualmente se dispõe – embora a prazo, supõe-se - de uma presumível líder de oposição ).

Cada vez existem mais casos de mulheres a promoverem uma filiação monoparental por inseminação artificial, único subproduto com ligações a um macho – incógnito – “contaminação” esta que, por uma questão de dias , a ciência ainda não pode dispensar, em tudo o mais, autónomas, plenipotenciárias e isentas de qualquer dependência masculina que seja.

Neste contexto , coisas como “feminismo”, fazem hoje pouco sentido – salvo se a intenção é o piedoso ritual de queimar mais uns “soutien-gorge” ou ministrar um cânone de cuidados básicos e primeiros socorros contra as investidas desse Satã, perigoso brutal animal, prepotente, lascivo, dotado de maior força muscular – esta última, ainda assim, das poucas realidades a ciência pode, timidamente, atestar - .

O casal Sarte e Beauvoir desconstruíram as restantes e aparentes diferenças.

Mas já no Éden, fora Eva quem forçou a conduta de Adão , para depois acabarem condenados a constituir um longa linhagem que acaba no princípio, isto é, na supremacia do, erroneamente apelidado, talvez por freudiana sublimação da sentida inferioridade, de “sexo fraco”.Ao invés, a mulher, fingidora, “The Great Pretender,” reclama sempre por igualdade, como escape ao peso da superioridade, maternal e outras, que deveras sente.

JR

JC disse...

Cheio de bom humor, JR! Como já sou jurássico e não andei em Letras, a única vez que me senti "pet" da turma foi no "Britânico", já lá vão mtªs dezenas de anos!