quarta-feira, janeiro 27, 2010

O essencial do orçamento em pouco mais do que uma frase

Ao mesmo tempo que tenta demonstrar ao mercado merecer, pelo menos, o benefício da dúvida, o governo espera que as grandes obras públicas incluídas em parcerias público/privadas (que não sobrecarregam o orçamento no curto-prazo) e alguma retoma internacional sejam suficientes para fazer crescer a economia e a subsequente receita fiscal de modo a evitar em anos vindouros medidas demasiado radicais para atingir os 3% de “déficit” em 2013. É um orçamento “wait & see”, que põe o país em “stand-by”. Se os antibióticos não resultarem, então opera-se. Percebe-se e aceita-se a ideia, embora sem demasiado entusiasmo.

2 comentários:

JC filho disse...

Mais uma vez falta a coragem para tomar as medidas de redução de custos que o país precisa. É um orçamento de um governo e uma oposição sem coragem política. 9% de déficit, sendo que as grandes obras públicas não entram como despesa para o próximo ano ... Já se tá a ver como isto vai ser resolvido... Aumento de imposto em 2011 ou 2012! Claro como água! Sendo um bocadinho populista: "Uns pagam os outros mamam". E siga a banda que em 2011 ou 2012 eu emigro!

JC disse...

Não sou tão radical (deve ser da idade!...). Como sabe, a despesa é mtº rígida e essa rigidez torna impossível a sua alteração significativa no curto prazo. Congelamento das carreiras na FP? Teria o meu apoio, embora desconheça o seu real impacto no orçamento. Redução de salários? De momento, acho seria excessivo, até pelo impacto negativo que poderia ter na retoma económica por via da diminuição do rendimento disponível nos afectados e do incentivo à poupança que psicologicamente induziria na sociedade. Acho o governo tem este ano para preparar seriamente uma redução sustentada da despesa a médio prazo. Quanto a impostos, penso o IVA irá aumentar 1pp no futuro. Aliás, nunca deveria ter descido.