quarta-feira, janeiro 06, 2010

As "novas tecnologias", o futebol e a "verdade desportiva" - "contadas às crianças e lembradas ao povo"

A propósito da petição "pela verdade desportiva" (começo por não perceber o porquê da sua entrega na Assembleia da República), um "post" por aqui escrito no dia 29 de Junho do ano passado.
"Por princípio, nada tenho contra a utilização do sistema “Hawk Eye” no futebol, tendo como objectivo verificar se a bola entrou ou não na baliza. Por exemplo, na recente final da Taça das Confederações, o Brasil viu-lhe ser negado um golo aparente numa jogada em que a bola parece ter ultrapassado completamente a linha de golo. Mas, já agora, um pouco de água na fervura. No ténis o sistema só é utilizado nos grandes torneios e, mesmo assim, nem em todos os “courts”. Em Wimbledon, por exemplo, apenas nos jogos disputados nos "courts" central e nº 1, os mais importantes mas que recebem uma minoria dos jogos, tendo cada jogador direito a três verificações por “set” mais uma no caso de se disputar um “tie-break”. Mais água para a mesma fervura: num encontro de ténis as situações duvidosas são frequentes, na maioria deles obrigando ao recurso ao sistema o número máximo de vezes previsto nos regulamentos.
Num jogo de futebol quantas vezes isso acontece? Melhor, num campeonato de 30 jornadas, disputado em 16 campos necessariamente todos eles equipados com o sistema, quantas vezes seria necessário a ele recorrer? Muito poucas, certamente (meia dúzia, no total dos jogos, se tanto...), o que tornaria a relação custo/benefício completamente despropositada já que, segundo sei, e no caso do ténis, o custo do sistema é de $20 000 a 25 000 USD (€15 000 a 18 000, aproximadamente) por semana e por “court”. Alguém ainda acha que se justifica o investimento, talvez com a possível excepção das fases finais de europeus e mundiais? Chega, talvez, de demagogia e populismo!"

2 comentários:

Unknown disse...

Meu caro JC

Após uma (longa) ausência (das respostas, que não da leitura), volto para responder a uma questão que me tem interessado.
Como na altura comentei, não assinaria nunca uma petição - apesar de me identificar com os fundamentos nela enunciados - que me parecia mais destinada a dar protagonismo ao seu autor, do que a resolver alguma coisa,
Mas a verdade é que a coisa foi rolando, e com o inacreditável incidente do França-Irlanda (tivesse o golo sido da Irlanda e teríamos ontem visto o sr. Platini a associar-se à cerimónia liderada pelo inefável Rui Santos) ganhou uma relevância inevitável.
Confirmo pois, que continuo a defender que os fundamentos da petição embora me pareça que:
1 - nada se fará
2 - se se fizer, no futebol indígena nada se alterará.
E porquê?
Porque ainda está por inventar a nova tecnologia que nos forneça árbitros dignos desse nome. Sim, que alguém me elucide qual a "nova tecnologia" tão eficaz que ensine um árbitro que a um jogador que agride um adversário - a pontapé ou a murro, tanto faz - se deve mostrar um cartão vermelho e não o amarelo.
Está visto, com olegários destes por aí, não há nova tecnologia que resulte

Abraço

JC disse...

Bem vindo, caro Yard!
Admito perfeitamente o árbitro não tenha visto a mão de Henry. Quando do golo do Vata, p. ex., não me lembro de ninguém no estádio se ter apercebido e só quando cheguei a casa o meu pai, que tinha visto na TV, me telefonou a falar da mão. mas aqui estamos a entrar num outro campo das novas tecnologias. Por ex, no rugby, um desporto que conheço bem e que tem mtªs mais paragens que o futebol, o vídeo árbitro só existe em certas competições e para veriicação de ensaios. No apuramento para o mundial, onde joga Portugal, não existe. Há que ter mtº cuidado com a adopção das novas tecnologias ao futebol. Veja o caso que cito no "post": vale a pena investir um balúrdio no "hawk eye" para ser utilizado menos de 1/2 dúzia de vezes num campeonato?
E, meu caro, deixe lá o Olegário e os árbitros (eu já nem consigo ver os programas de "bola" das TVs!) e, recomendo, leia o que escrevi s/ a nova estratégia do seu SCP.
Abraço