terça-feira, dezembro 01, 2009

1º de Dezembro: estes nacionalistas são uns exagerados...

Interrompo o feriado para esclarecer Pedro Lomba (no “Público” de hoje) que em 1580, quando da união das coroas ibéricas com Filipe II, Portugal não foi propriamente invadido. Não só Filipe II, neto de D. Manuel I e filho de Isabel de Portugal (filha primogénita de D. Manuel I e de Maria de Aragão), era legítimo herdeiro do trono de Portugal, como a única “batalha” travada, junto à ribeira de Alcântara, não foi mais do que uma pequeníssima escaramuça entre tropas do Duque de Alba e um grupo “ad hoc” de combatentes portugueses arregimentado por D. António, Prior do Crato, filho bastardo do infante D. Luís (neto de D. Manuel I por via bastarda, portanto) e, como tal, sem legitimidade dinástica.

Estes nacionalistas ou são uns exagerados ou, apenas, pura e simplesmente desonestos. Quero acreditar na primeira.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Tem toda a razão.

Invasão foi a do Norte de África, ocorrida anos antes, com o conhecido desfecho de Álcacer-Quibir, causa mediata da União Real Ibérica.

Durante o reinado do primeiro dos Filipes, até correu muito bem para ambas as partes, garantindo a Portugal, cujo exército se encontrava destroçado, a defesa das possessões ultramarinas.

O pior veio depois com o desastre da "Armada Invencível" sob comando de nobre espanhol sem experiência marítima, além dos desígnios centralista protagonizados pelo Conde Duque de Olivares, que viria a originar naturais rebeliões na Catalunha e Portugal.

A descontinuidade da União Real muito deve a estes ( maus ) actores que, com os seus desmandos, perderam uma boa ocasião de dormirem uma prolongada "siesta".

Com os cumprimentos

JR

JC disse...

O projecto de União das Coroas Ibéricas é algo que percorre a península até ao século XVII - 1640, mais propriamente - ora sob a égide portuguesa ora castelhana. E tem razão: é a crise e declínio do império espanhol dos Habsurgos, do qual o desastre da Invencível Armada é parte integrante, que determina o fim da Unidade Ibérica, até pq Castela e Aragão dão prioridade à questão catalã.