domingo, outubro 25, 2009

Trabalhadores das auto-estradas: que tal destruirem as máquinas?

Existe com certeza uma boa razão para desconfiarmos da introdução de “chips” nas matriculas dos automóveis, e essa prende-se com a possível intromissão do estado ou de quem não deve na vida dos cidadãos, na sua liberdade. Tendo dito disto, devo, no entanto, acrescentar que o problema já se levantou há largos meses e que, portanto, este protesto actual dos trabalhadores das auto-estradas “cheira” à distância a oportunismo político e reaccionarismo do mais estafado.

Significa isto que os tais trabalhadores não poderão estar legitimamente preocupados com a iminência da perda dos seus postos de trabalho? Não, claro que é perfeitamente legítimo que isso os preocupe. Mas virem brandir a liberdade tarde e a más horas e apenas em função da eventual perspectiva de desemprego é, no mínimo, oportunisticamente repugnante, e, pior, culparem disso a tecnologia remete-nos para a revolução industrial, quando os trabalhadores destruíam as máquinas responsabilizando-as e ao desenvolvimento pela perda dos seus postos de trabalho. Reaccionarismo do mais primário, está bem de ver.

Poderiam até os trabalhadores das auto-estradas estar cheíssimos de razão que, com este tipo de argumentação, arriscar-se-iam sempre a perder qualquer apoio relevante. Excepto, talvez, dos oportunistas e conservadores de alguns dos sindicatos do costume, claro está.

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