terça-feira, outubro 13, 2009

Jornalistas...

Não sei se o jornalismo alguma vez terá sido profissão de gente respeitável. Bem gostaria de pensar que sim, e que exemplos de antigos jornalistas conceituados “contados às crianças e lembrados ao povo” não são apenas mitos urbanos. Mas tomando como exemplo o “Prós & Contras” de ontem, e embora não querendo injustiçar, generalizando, não posso deixar de expressar as minhas enormes dúvidas.

8 comentários:

gin-tonic disse...

Foi, é, há-de continuar a ser uma profissão responsável. Mas aquilo que ontem apareceu na RTP não são jornalistas. São papagaios, são capachos de A,B,C, ou D. É aquela rapaziada que garante, a pés juntos, que só existirá, em Portugal, jornalismo a sério quando houver uma Ordem de Jornalistas e não um Sindicato de Jornalistas. Quando os ouço fico no limiar do vómito. Provaram ontem porque os órgãos de informação que dirigem se tornaram um esterco!

JC disse...

Meu caro Gin-Tonic. como mtºs da nossa geração, cresci a ouvir falar de grandes jornalistas, por isso quero acreditar. E temos bons exemplos já na nossa geração. Citando de cor, Adelino Gomes, Joaquim Furtado (grande trabalho com "A Guerra"), etc, etc. Mesmo na área de economia, que sempre sigo c/ interesse, como sabes, habituei-me sempre a procurar o que escreve gente como Sarsfield Cabral, p. ex. E gente do desporto como Aurélio Márcio. Ontem, devem todos ter ficado envergonhados...

ié-ié disse...

Essa é forte, JC! Sim, há jornalistas responsáveis, a profissão é responsável, mais, é bem nobre a profissão!

Foi um triste espectáculo o da televisão! Fiquei envergonhado!!!

Os ditos cujos jornalistas que lá apareceram são tão-pouco "jornalistas políticos" que pensam que só a sua opinião é que é determinante e, ainda por cima, dão ares de superioridade moral. Inacreditável a acusação de Henrique Monteiro a João Marcelino!

E, Gin-Tonic, não estou de acordo contigo. Fui um dos primeiros signatários da constituição de uma Ordem (que falta faz ela agora!). E a Ordem não engolia o Sindicato. São coisas bem diferentes! E o Sindicato é que se engoliu a si próprio! Não existe! É retrógado, não conseguiu acompanhar os tempos!

LPA (titular da carteira profissional nº 192, com muita honra!)

JC disse...

Estava desde ontem à espera que te manifestasses. Pois foi forte de propósito, pois o espectáculo foi indecoroso! Como disse no comentário ao Gin-Tonic,ainda existem bons trabalhos jornalísticos, embora aqueles senhores do P&C tudo tivessem feito para dar da profissão triste imagem.
Abraço

Rui disse...

Meu caro,

Obrigou-me a ir ver no site da RTP a triste figura que fizeram no aludido programa, não todos, mas a maior parte dos jornalistas presentes. Para mim é evidente que quem mais saiu a perder desta peixeirada foi o PR, uma vez que se já estava enterrado por esta questão, saiu agora soterrado e de forma a nunca mais poder olhar a direito para ninguém.
Relativamente a grandes exemplos de jornalistas do passado, concordo consigo mas, descontaria aqui a diferença abismal que existe entre a forma como se fazia jornalismo antes e agora. Tudo é em directo, à pressa, on line. Por outro lado, como, com o andar dos tempos o bom jornalismo, deixou de ser em Portugal, economicamente viável, devido às tiragens diminutas dos nossos jornais, é óbvio que está em vias de extinção. E gostaria de chamar a atenção para o facto de as redacções estarem entregues a uma maioria medíocre de profissionais que tanto escrevem sobre politica, como sobre futebol. É o que for preciso. Contam-se pelos dedos as excepções. Não há dinheiro? É fácil: estagiários a povoarem as redacções. Ganham pouco? Então que complementem o seu salário com uns favorzinhos... You pay peanuts...you get monkeys! Esta é que é a realidade.
Como é possível por exemplo que eu compre um semanário de referência e que metade do papel fique logo no quiosque para evitar encher o cesto dos papéis lá de casa? Como é possível que em jornais económicos ou em secções económicas de semanários apareçam paginas sobre uma determinada empresa fantástica que exporta para todo o mundo e que no fim factura cerca de 1 milhão de euros? Tudo encomendado! Para não falarmos nas tradicionais gafes de jornalistas a confundir milhares com milhões, dólares com euros e por aí fora....Como é possível que quando lemos num jornal algo que temos conhecimento profundo só encontramos lapsos, imprecisões e muitas vezes mentiras?

E o pior, é que surgiu uma classe de pessoas sem escrúpulos, sempre prontos a esgravatar de qualquer forma e a arruinar a vida de um cidadão, a fim de se fazer notado lá na redacção e mostrar ao chefe a sua contribuição para a subida da tiragem. Esses senhores que investigam tudo e todos, estão como é óbvio acima de qualquer suspeita. É por isso que o meu projecto de reforma passa pelo laicamente de um jornal que se irá dedicar exclusivamente a esmiuçar (como está na modo dizer) a vida particular e pessoal dos senhores jornalistas... A ver se dói.

Rui disse...

Correcção

Na ultima linha do meus escrito anterior leia-se... "desses" senhores jornalistas.

Apenas mais outra coisa: o perigo que pode representar um jornalista está na razão inversa da sua excelência. A mediocridade torna-os bem mais perigosos.

JC disse...

Pouco ou nada a acrescentar, caro Rui. No jornalismo desportivo, então, o efeito multiplicador é evidente. Mtº obrigado pela sua colaboração.

Rui disse...

Muito obrigado. É sempre com prazer que frequento o seu espaço.

Já agoraé óbvio que eu queria dizer "É por isso que o meu projecto de reforma passa pelo lançamento de um jornal..."

Sorry...