sexta-feira, março 20, 2009

S. C. de Braga: os pontos nos ii

O Sporting de Braga terá um dos maiores orçamentos da 1ª Liga logo a seguir aos três grandes: cerca de 7 milhões de euros (o FCP terá 40 milhões, o SLB 30 M e o SCP 25M), o que não deverá andar muito longe dos valores orçamentados pelos dois clubes da Madeira, Marítimo e Nacional, largamente subvencionados pelo governo regional. Infelizmente, o site da LPFP não disponibiliza os orçamentos dos clubes que a integram (o que é de espantar!), mas, pelo que consegui apurar, os valores não andarão muito longe dos que aqui apresento. Para além disso, o S. C. Braga tem contado com o total apoio, a nível de infraestruturas e contribuições várias, daquela que será, hoje em dia, a terceira mais importante câmara municipal do país, de uma cidade que tem crescido em importância, podendo afirmar-se que esta entidade é, de facto, a verdadeira proprietária do clube.

Em função disso, penso que a carreira da equipa na 1ª Liga e na Taça UEFA, ao contrário do que afirmam as parangonas de alguma imprensa sempre pronta a encontrar novos heróis e a esquecer quem tem pés de barro (quando o Boavista foi campeão e chegou a 10’ da final da Taça UEFA lembram-se de alguém ter chamado a atenção para o que podia vir a suceder ao clube?) nada tem de excepcional e transcendente, limitando-se a reflectir com normalidade esta situação: o S. C. Braga dificilmente chegará a um dos três primeiros lugares da Liga e limitou-se a ficar nos melhores dezasseis da Taça UEFA. Como aqui disse em resposta a um comentário de um leitor, em post anterior, a equipa pratica um futebol agradável de ver, de posse e circulação de bola, mas “macio” e sul-americanizado, pouco amplo e com dificuldades em criar rupturas. Pouco eficaz na grande-área, portanto, e insuficiente para se tornar ganhador, principalmente a nível europeu. É aquilo a que gosto de chamar o futebol de “fio de jogo”, que assume a sua inferioridade tal qual a Académica dos anos 60 ou o V. de Setúbal de Pedroto, que, apesar das provas europeias terem na altura menos eliminatórias e incluírem uma pouco exigente Taça das Taças – e não contando com o facto de Setúbal ser ao tempo a cidade mais progressiva do país - nunca passou dos ¼ de final europeus.

Fará - o S. C. Braga - aqui e ali um “brilharete”, tal como a selecção nacional dos velhos tempos do “futebol sem balizas”. Fácil, quando nada mais lhe é exigido...

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