sábado, março 28, 2009

Portugal-Suécia: futebol sem balizas e um tal Bruno Prata

A selecção portuguesa de futebol marcou zero golos em dois jogos com a Suécia, zero golos com a Albânia em casa e um golo, fruto de um "penalty" inexistente, em casa, num jogo particular com a Finlândia. Segundo as estatísticas, rematou sempre mais de vinte vezes por jogo. Falta de um “ponta de lança”? Apenas uma parte da verdade, mas que, por isso, está longe de explicar tudo.

Na realidade, 80 ou 90% dos remates da selecção portuguesa são efectuados em condições pouco propícias ao êxito. Porquê? Porque Portugal adopta um modelo de jogo que cria poucas rupturas na área de finalização, com demasiados passes curtos, de pé para pé, muito previsível, com falta de capacidade de desmarcação. Bonito, mas ineficaz. Nos restantes 10 ou 20% dos casos, para além da falta do “tal” “ponta de lança” sobressai aquele que sempre foi um problema importante do jogador português (salvo excepções): uma deficiente técnica de remate e pouca frieza e má escolha de opções frente à baliza. Um problema de formação e que tem origem na falta de competitividade dos escalões jovens e no desnível existente no principal campeonato português, onde, por isso mesmo, se pode falhar mais e se joga preferencialmente em contra-ataque. Sintomático que Pedro Pauleta nunca tenha jogado na 1ª Liga portuguesa.

Falta apenas marcar? Falta, mas não apenas; por isso, e para que isso aconteça, talvez seja melhor ir mais a montante e pensar em coisas básicas tais como os princípios e modelo de jogo da selecção. Caso contrário, estaremos, uma vez mais, perante mitos tais como a "geração de oiro" e o tal futebol de “fio de jogo”: “sem balizas”, dos "pardalitos do Choupal", que fez escola com José Maria Pedroto e foi responsável por um atraso de vinte anos no futebol português.

Nota: hilariante é ouvir e ler Bruno Prata, o jornalista que mais inteligente e consequentemente representa e exprime os interesses do FCP e do seu presidente, analisar o trabalho de Carlos Queiroz comparando essa análise com o que escrevia sobre Scolari. Mercenarismo puro e simples. Há quem se preste!

Sem comentários: