quinta-feira, janeiro 08, 2009

Lembrando Arafat

Aqui há alguns, poucos, anos, tentaram convencer-nos de que não existiria paz no Médio-Oriente enquanto este homem tivesse um papel político relevante. Era preciso eliminá-lo, política ou fisicamente, diziam, para que um qualquer processo de paz credível pudesse avançar.

Está à vista, hoje, qual seria a intenção. Com todos os seus muitos defeitos, Arafat, prova-se agora, seria o único político com prestígio suficiente para manter, simultaneamente, alguma unidade em conjunto com alguma moderação no movimento palestiniano. Um opositor credível do Estado Judaico, em suma. E isso – um movimento palestiniano com alguma coesão interna e suficiente moderação, dirigido por alguém com um mínimo de credibilidade - é algo que não convém ao últimos dirigentes do Estado de Israel e a quem, nos últimos oito anos, ocupou a Casa Branca.

Terrorista? Quem, entre os dirigentes israelitas, pelo menos aqueles a quem a guerra e o poder não destruiram completamente a memória, será capaz de lhe atirar a primeira pedra?

1 comentário:

gin-tonic disse...

A memória é um bem precioso.
Gostei, JC.