sexta-feira, janeiro 23, 2009

Freeport e a utopia (com minúscula e não estou a confundir Moore com Mann)

O primeiro-ministro poderá ou não ter responsabilidades criminais no caso Freeport. Esperemos a justiça deixe tudo bem claro, do que devo dizer, desde já, me permito duvidar. Já politicamente, caberá aos portugueses julgar. Mas o que, para já, este caso nos ensina é que é eticamente reprovável, e deveria estar vedado a quem exerce determinados cargos públicos, efectuar, salvo condições muito especiais e devidamente autorizadas, determinado tipo de negócios com empresas com cujos sócios, accionistas e gestores existissem laços de natureza familiar.

Complicado? Não muito. Sei que não será bem a mesma coisa, mas muitos grupos empresariais não permitem que familiares trabalhem na mesma organização, que executivos tenham familiares em lugares semelhantes em organizações concorrentes ou que se negoceie, sem uma justificação sólida e devidamente fundamentada e autorizada, com empresas detidas ou geridas por familiares.

Utópico? Talvez... mas não seria de espantar que neste momento José Sócrates preferisse esta utopia à realidade. Mesmo que esteja tão inocente como um anjo.

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