quarta-feira, janeiro 07, 2009

De como os jogos com o V. de Guimarães são essenciais para se compreender o Benfica de Quique Flores

Os jogos com o Vitória de Guimarães são essenciais para se compreender o Benfica de Quique Flores, já que o Vitória é, das equipas de segunda linha do futebol português, das poucas que não joga em bloco baixo e ensaia transições ofensivas em que arrisca um pouco, assim abrindo espaços e desposicionando-se com mais facilidade nas transições defensivas, principalmente nos jogos em casa e já fez dois com o Benfica.

Isso permite ao SLB explanar com mais nitidez e hipóteses de sucesso aquele que é o seu modelo de jogo actual, de tentativa de pressão alta e transições ofensivas rápidas, com avançados móveis, explorando os espaços abertos, as perdas de bola do adversário e apanhando a equipa contrária desposicionada. Se não consegue sucesso de forma directa, provoca faltas e todos sabemos como a equipa é forte nessas situações. Foi por este motivo que ganhou os dois jogos com o Vitória, em Guimarães, sem grandes dificuldades.

Quando isso não sucede, contra equipas que jogam com um bloco muito baixo e só “saem” pela certa, revelando maior segurança de bola e provocando assim menos faltas na sua zona defensiva, a equipa revela inúmeras dificuldades. Desse modo enerva-se, balanceia-se demais no ataque e desposiciona-se. Desequilibra-se, sendo apanhada com facilidade no chamado contra-pé. Sucedeu assim contra o Nacional e contra o Trofense, por exemplo (não vi o jogo contra o Metalist).

Esta é a questão fundamental - e penso Quique Flores já o entendeu -, depois de despojada de questões de menor importância (o que não quer dizer que não a tenham) relacionadas com sistemas, rendimento de jogadores, empenho, etc, etc. Portanto, é em função dela e sabendo que o Benfica terá que disputar 80 ou 90% dos seus jogos contra equipas perfilhando um modelo de jogo idêntico ao do Trofense, Leixões, etc, que deve também ser colocada a Quique a pergunta fundamental, à qual ele deverá responder convicta e justificadamente: “será que o modelo de jogo actual do Benfica pode responder com sucesso a esta questão?” “Porquê e de que modo o pode fazer?” É apenas uma questão de tempo, treino e entrosamento?; de ajuste nos recursos humanos – até? Ou é algo desajustado face á realidade e, assim, condenado ao insucesso quase certo?

Já agora duas questões mais acessórias:
  1. David Luiz é a melhor opção do Benfica para defesa esquerdo, principalmente quando a equipa adopta um 4X4X2 clássico.
  2. Miguel Vítor é o central mais rápido do plantel. Algo a ter em conta.

5 comentários:

gin-tonic disse...

A inquietante azia que transporto desde domingo levou-me a não ver o jogo, a não queres saber do jogo. Como sou um tipo de algumas incoerências, pode ser que no domingo a azia se vá...

Anónimo disse...

Os jogos com o Sporting também são essenciais para que muitas equipas se possam moralizar e tirar a barriga de misérias, uma vez que a equipa do SCP não pressiona e o adversário joga á vontade.

Viu-se, por exemplo, nos jogos com Barcelona e Benfica

Esperemos que não se repita o mesmo no próximo SCP-SLB (porque o SLB é a nossa "besta negra")

Anónimo disse...

O Benfica, este ano, já foi 3 vezes a Guimarães: Campeonato, Taça da Liga e Torneio Cidade de Guimarães, em Agosto passado. 3 jogos, 3 vitórias.

Como eu o compreendo, caro gin-tonic, como eu o compreendo. Fiquei com uma azia tal, que acho que este jogo ditou a sorte do campeonato e, assim sendo, ainda não será este ano que seremos campeões.
(S)LB

Anónimo disse...

De "bestial a besta" e de "besta a bestial" numa única semana

Anónimo disse...

Carlos Daniel in record

"Semana alucinante esta, na vida de Quique Flores. Experimentou a célebre passagem de bestial (até podia aumentar a vantagem ao minuto 89 do Nacional-Porto) a besta (na impensável derrota na Trofa). Apenas três dias depois iniciou, no entanto, o caminho de regresso à competência, com uma vitória em Guimarães. Ninguém ganha ou perde qualidades em tão curto espaço de tempo. Como não perdeu Jesualdo Ferreira quando o Porto pareceu à deriva nem ganhou agora que o barco voltou ao rumo. Nem Paulo Bento, que sempre encontra forças para mais uma vida quando o horizonte fica carregado em Alvalade."