sexta-feira, junho 13, 2008

Porquê Simão e não Quaresma

Parece que muita gente, incluindo alguns jornalistas, ainda não perceberam porque joga Simão na selecção em vez de Quaresma, este aparentemente com um futebol mais vistoso e desequilibrador. Que o “povo” diga os disparates habituais nos fóruns de opinião, nada de estranhar; que alguns jornalistas desportivos o façam... já dá que pensar. Mas vamos lá ver.

Um dos problemas da selecção portuguesa, e que até Cristiano Ronaldo já aflorou, são as demasiadas perdas de bola a meio-campo, fruto do futebol de risco de alguns dos seus jogadores, Deco e o próprio Cristiano à cabeça. Esse futebol de risco tem as suas vantagens (grandes) quando resulta, mas também os seus inconvenientes quando origina demasiadas perdas de bola em zonas vulneráveis, apanhando a equipa “desposicionada”, em “contra-pé”, até porque as chamadas “transições defensivas” estão longe de ser um dos seus pontos fortes. Quando isso acontece obriga inclusivamente a equipa (frequentemente os centrais) a cometer faltas em zonas perigosas, e quanto às bolas paradas estamos conversados. Certo? Ora a entrada de Quaresma para o lugar de Simão iria agravar esse problema, pois Quaresma é claramente um jogador que gosta mais e mais procura o risco e o “um para um”. Claro que Simão também o faz, mas apresenta um futebol um pouco mais seguro e, além disso, entende e integra-se melhor no colectivo, dominando melhor todas as acções da equipa e os diversos momentos do jogo: defensivos, ofensivos, “um para um”, circulação de bola e marcação de livres e grandes penalidades. Digamos que reequilibra um pouco mais a equipa, e o futebol começa por ser um jogo de equipa (de equilíbrios, diria, e bem, Luís Freitas Lobo). Quaresma parece ser, assim, uma opção para quando a selecção portuguesa estiver em condições, ou precisar, de assumir o risco. Caso contrário... Estamos entendidos? É que nada disto é ciência oculta: basta não ter preguiça e pensar apenas um “bocadinho”.

2 comentários:

Vic disse...

E as notícias não sao mesmo nada boas para a Europa.
Como eu o entendo!

Abraço

P.S.- De regresso de uns quantos dias em Barcelona, é no seu blogue que me ponho "em dia".

JC disse...

Espero que estivesse tudo nos conformes lá pelo Paseo de Gracia e que o Barça continue a ser "més que un club". O meu filho viveu lá um ano, durante o Erasmus. Os meus avós paternos tb por lá viveram, antes de se mudarem para Madrid e depois para Lisboa.
Obrigado pela visita.