terça-feira, junho 17, 2008

Onde se fala da regionalização, da descentralização, do Terreiro do Paço, da classe média e das competências

Quando do referendo sobre a regionalização, o meu primeiro argumento para o voto “não”, que convictamente assumi, aquele mais simples e que colocava sempre à frente de todos os outros, porventura mais complexos e elaborados, para explicar essa minha decisão era, invariavelmente, “não considerando que qualquer descentralização seja necessariamente, por definição, positiva e o seu contrário, a centralização, seja uma opção sempre negativa, tudo dependendo das circunstâncias e dos lugares, numa sociedade com uma classe média fraca em número e preparação, provinciana, quando passamos do “pico” para a base da pirâmide, isto é, das elites para as camadas mais populares a qualidade dos agentes políticos e económicos, já de si pouco elevada, decresce dramaticamente, em progressão geométrica. A um ritmo muito superior, claro, do que acontece em sociedades mais evoluídas. Por isso, antes governado pelo Terreiro do Paço, pelos Barrosos, Sócrates, Cavacos e Guterres, por muito medíocres que sejam, do que pelos Isaltinos, Valentims, Narcisos, Mendes Botas, Mesquitas Machados e tutti quanti.” O simples enunciar dos nomes parece provar, sem necessidade de demonstrações adicionais e de "irmos" à "obra feita", a bondade do argumento.

Lembrei-me disto nestes últimos tempos, quando, por via das crises de camionistas, pescadores, antes disso da saúde e outras mais que estarão para vir, deparei com a “qualidade” dos interlocutores associativos e corporativos que apareciam pelos media, “vedetas da TV, disco e K7 pirata”. Habituado a ouvir Francisco Van Zeller e Carvalho da Silva, concorde-se ou não com as posições defendidas pessoas preparadas e credíveis, depois de ouvir um tal Augusto Cymbron, o senhor Lidério da Anadia e outros que tais, até fiquei com saudades do professor Nogueira e do burocrata Picanço. “Prontos”, voltem. Estão perdoados

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