segunda-feira, março 31, 2008

António Borges vs Manuel Pinho, com os "Bichos Carpinteiros" de permeio

Muito provavelmente, o episódio narrado por António Borges, então vice-presidente do Goldman Sachs, sobre as pressões que ele e os negócios do banco terão sofrido por via das declarações hostis de Borges, enquanto militante do PSD, ao governo de Sócrates, será verdadeiro. Nada me leva a pensar que o não seja; tudo me leva a crer seja esta, com mais ou menos nuances, a prática corrente.

Já estou em completo desacordo com a crítica de "hidden persuader" a Borges, acusando-o de falta de ética, quando afirma que, para António Borges, o governo é mau para governar mas bom para os negócios. Não vejo a razão pela qual criticar a governação do país seja incompatível com manter negócios com esse mesmo governo. A adoptar esse procedimento como norma, a maioria das empresas privadas do país já estaria fechada.

Mas existem duas atitudes de António Borges que, do ponto de vista ético, me parecem ser, em absoluto, inaceitáveis, ou, no limite, pelo menos pouco admissíveis: uma é um vice-presidente de um banco, internacional, participar activamente num congresso partidário, inclusivamente nele usando da palavra enquanto militante; outra é se deverá, uma vez abandonadas as funções que exercia, expor publicamente acontecimentos inerentes à gestão e aos negócios do banco. Eu não o faria...

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