terça-feira, novembro 13, 2007

História(s) da Música Popular (65)


Gene Pitney - "I'm Gonna Be Strong" (Barry Mann - Cynthia Weil)

Gene Pitney - "Looking Through The Eyes of Love" (Barry Mann - Cynthia Weil)

The Brill Builiding (XV)
Quando falamos de Gene Pitney (1940 - 2006) temos de ter em atenção que estamos naquele período de refluxo do rock n’ roll, entre 1958 e a ""British Invasion. De qualquer modo, Gene, que sempre foi mais popular no UK do que nos USA apesar de ser natural do Connecticut, tem indiscutivelmente qualidades acima da média de alguns outros “clean cut, boy next door” que fizeram muito do que foi a época. Uma das razões que fizeram o seu sucesso , para além da sua angustiada e melodramática voz um pouco à semelhança de um Roy Orbison pós rockabilly e Sun records, foi o seu talento enquanto compositor, bem expresso no maior êxito das Crystals (“He’s A Rebel”), já não falando do sucesso de um outro "cleen cut", menos crooner e mais "teenage idol", “Hello Mary Lou” de Ricky Nelson. Não nos enganemos, pois, e não tratemos de incluir tudo no mesmo saco da mediocridade, já que não era qualquer um que trabalhava com Phil Spector no Brill Building ou com Andrew Loog Oldham, manager dos Stones e amigo do dito Spector. Aliás, Gene acabou por gravar “That Girl Belongs To Yesterday” de Jagger e Richards. Mas se se quiser ter uma ideia mais próxima do percurso de Gene Pitney (sem exagerar, claro, já que também não é caso para tanto) sugiro o CD da Castle “The Collector Series”, que até é barato e bastante abrangente.


Mas estamos também é a falar de Barry Mann e Cynthia Weil, não é? Pois claro, e Mann e Weil foram autores de dois temas de Gene Pitney: “I’m Gonna Be Strong”, que chegou a #9 nos tops, e “Looking Through The Eyes Of Love”, que não conheceu sucesso semelhante. Aqui ficam, pois, também como exemplo da tal voz melodramática e plangente de Gene Pitney.

2 comentários:

VdeAlmeida disse...

E gravou a canção-tema de um belo western (The man who shot) Liberty Valence, de Bacharach, mais o 24 hours from Tulsa. Dois clássicos.
Tinha um tom de voz melodramático, por vezes a roçar o dolorido. O P.J.Proby, que era um "artista" no falseto, por vezes também utilizava esses tons quando queria emprestar dramatismo a determinada música.
Por causa do "refluxo", lembrei-me do Del Shannon, outra das vozes da altura

abraço

JC disse...

Um reparo: "(The Man Who Shot) Liberty Valance" não faz parte da banda sonora do filme... o que não deixa de ser curioso.
Acrescento algumas tonalidades do Johnny Rivers, também com, aqui e ali, algumas semelhanças.
Abraço