quarta-feira, outubro 31, 2007

Pacheco Pereira, o tratado e o PSD

José Pacheco Pereira até poderá ter razão nas críticas dirigidas ao projecto político de Luís Filipe Menezes; em minha opinião até tem, maioritariamente. Não pode – ou melhor, pode mas não lhe fica muito bem – é fazer essas críticas, fundamentais e demasiado directas para as tradicionais águas turvas nacionais, e, simultaneamente, oferecer-se como convidado para estar presente no Conselho Nacional saído do último congresso - isto é, apoiante maioritário do projecto e da direcção de Menezes - para prestar esclarecimentos sobre a questão do tratado europeu. Penso que os estatutos permitem esse tipo de convites – e acho que bem -, mas existem questões de ética e bom senso que deveriam sobrelevar todas as outras; e ao fazer essas críticas - justas, acrescento - JPP colocou-se completamente à margem do actual PSD. Infelizmente, existem alguns assuntos perante os quais JPP parece perder um pouco essas suas normais qualidades de inteligência e bom senso. Mais uma vez: é pena!

2 comentários:

Anónimo disse...

Não percebo a crítica a JPP. O Conselho nacional é um orgão do PSD e não pertença de Menezes. Uma coisa são as instituições do PSD outra é a colaboração política com Menezes. JPP distingue uma coisa da outra e faz bem.

António Serpa

JC disse...

Meu caro António, o seu comentário é pertinente.
Claro que, estatutariamente, o Conselho Nacional é um orgão político do PSD, por isso digo que acho bem (é mesmo mtº positivo) que, em termos gerais e abstractos, exista essa possibilidade de chamar a si, episodicamente, militantes que possam ajudar aos debates no seu seio. No entanto, neste momento apoia maioritariamente um presidente e uma linha política severamente criticada, e bem, por JPP, que se colocou dela à margem. Tendo isto em atenção,seria de maior bom senso e menos susceptível de ser interpretado como uma tentativa efectiva de colaboração política com Menezes que fosse esse Conselho Nacional a chamar JPP, e não este a oferecer-se,se porventura achasse necessários os seus esclarecimentos e contribuição política. Nesse caso, apesar de eu discordar frontalmente das opções europeias de JPP, nada teria a dizer e estaria aqui a louvar tal atitude. Por vezes, existe uma "thin red line", quase imperceptível, que separa opções que quase não se distinguem mas fazem toda a diferença.
Muito obrigado pela sua colaboração.
JC