segunda-feira, setembro 10, 2007

Vamos avaliar a PJ?

Não sei se a Polícia Judiciária é ou não a “melhor do mundo”. Duvido que o seja, não só porque em Portugal ser “o(a) melhor do mundo” é a excepção e não a regra – é, portanto, uma questão de probabilidades – como essa mesma probabilidade decresce na medida em que se passa do individual ao colectivo, isto é, se caminha do esforço pessoal, muitas vezes excepcional e episódico – transcendendo-se - para o trabalho organizacional, de equipa, coordenado e dilatado no tempo e obedecendo a padrões e procedimentos definidos, como me parece ser o trabalho de investigação criminal. Para além disso, a excelência é também, em grande parte, fruto da experiência e, felizmente, em Portugal a criminalidade complexa é ainda rara, não dando muito espaço a aprendizagem por via das “curvas de experiência”.

Bom, de qualquer modo, tendo dito isto e sabendo que, no fim do dia, a avaliação última tem necessariamente que ver com a resolução dos casos que investiga, penso seria este o momento indicado para algum escrutínio mediático sobre a nossa polícia de investigação criminal, centrado em questões muito simples que nos permitissem lançar alguma luz sobre a sua efectiva excelência. Por exemplo, como são recrutados os seus membros? Qual a sua origem, formação de base e posterior evolução? Que cursos frequentam? Como é feita a formação interna? Existem protocolos com polícias estrangeiras para frequência de estágios, cursos de formação, troca de experiências (case studies), actualização, etc? Existem procedimentos institucionalizados de avaliação permanente dos seus membros? Como progridem nas suas carreiras? Como comparam as suas estruturas orgânicas e de funcionamento com as suas congéneres da UE? Com que frequência são efectuadas auditorias e avaliações externas?

Fiquemo-nos por aqui... Senhores jornalistas e “meios” de referência, alguém aceita o repto?

Sem comentários: