domingo, julho 01, 2007

A campanha por Lisboa: uma pobreza franciscana

Umas palavras para expressar o meu desgosto pela pobreza franciscana da campanha eleitoral em Lisboa (o santo, e a toponímia de Lisboa a ele ligada, que me perdoem...). E o que mais custa é que, com excepção de Maria José Nogueira Pinto infelizmente ausente e do arquitecto Ribeiro Teles com direito já a algum descanso, estão talvez aqui os melhores candidatos possíveis no momento.

O que mais me espanta (se é que alguma coisa ainda é capaz de obter em mim esse resultado) é ausência, em todas as candidaturas, de um tema-chave e fundamental em cada uma delas, que exprima um objectivo estratégico para a cidade, nele focando a atenção dos “alfacinhas” e dele fazendo derivar toda a actuação de campanha. Assim, tudo se passa em torno de ideias e acções avulsas, as velhinhas e os cidadãos com deficiência do costume, a qualidade do ar aqui e outra coisa qualquer acolá (outro dia era o logradouro do Liceu Passos Manuel) e assim sucessivamente. Não digo que não sejam louváveis intenções, mas de intenções... On connaît très bien la suite...

E agora é o voto contra ou a favor do governo!, o que é bem revelador da total ausência de uma ideia sequer. Que o PCP o faça, é habitual. Mas custa ver aquele que poderia ser um excelente candidato e é, sem dúvida, um alfacinha culto e ilustre, como Rúben de Carvalho, “queimado” em tais propósitos. Que o PSD também o faça... já nem sei que dizer e o que pensar.

1 comentário:

Eurydice disse...

Este é o verdadeiro DESERTO, que o grande homem não viu nem identificou... E mais não digo, por acreditar no poder da imaginação de quem lê! :)