quarta-feira, junho 20, 2007

Um país de tristes, uma tristeza da país (6)

Logo pela manhã, lustrosa comitiva fazendo-se transportar num Peugeot 605, num Volvo daqueles de Estado e noutras viaturas mais anónimas de que me não dei particular conta (note-se que nada tenho contra bons carros e tenho tido alguns ao longo da vida – isto para que não me acusem de inveja) invadia a pacatez habitual das manhãs do Jardim da Estrela. Depois de bem verificar, e desconhecendo qualquer dos presentes que, por isso, não seriam decerto pessoas tão importantes como os espampanantes carros com a chapa CML poderiam fazer crer, percebi que se tratava da inauguração de algo de que não sei o bem nome mas poderei chamar de “estações de circuito de manutenção”: assim como uns “MUPI’S com umas indicações escritas e uns pequenos aparelhos para se fazer ginástica. Claro que uma “boa ideia” – sobre isso não tenho quaisquer dúvidas –, as estruturas até estão bem integradas no jardim. Mas seria absolutamente necessário tanta pompa e circunstância, tanta perda de tempo e de dinheiro, tamanha manifestação de provincianismo (era esse o “ar” dos “inaugurantes”) para acto tão corriqueiro e “melhoramento” que poderia começar a funcionar assim mesmo, começando?

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