quinta-feira, junho 14, 2007

Um país de tristes, uma tristeza da país (5)

Os financiadores do estudo, efectuado sobre a égide da CIP, para o novo aeroporto de Lisboa e que propõe Alcochete como localização preferencial recusam-se a sair do anonimato. Segundo se diz, por recearem retaliações. Penso que por parte do governo. Nos Estados Unidos, onde as declarações de interesses são prática corrente e condição de essencial para o correcto funcionamento de uma democracia liberal, isto seria suficiente para minar toda a sua credibilidade. Assim, mais parece uma denúncia anónima ou uma queixinha de meninos de Liceu: “não fui eu; não digo quem foi porque depois esse menino bate-me”. Pede-se um mínimo de seriedade e coerência de princípios a quem - como é o meu caso - acha que o Estado, por um lado, tem funções a mais e, por outro, não exerce eficazmente as que deve ter, bem como a sua autoridade. Caso contrário, ficamos todos a pensar que o problema não são as represálias, mas os interesses (porventura legítimos) que assim se querem esconder.

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