sexta-feira, abril 13, 2007

No "aftermath" da derrota. Algumas questões s/ o futebol do Benfica

Independentemente da “curteza” do plantel, em relação à qual já tudo foi dito (o Benfica tem 13/14 jogadores de primeira equipa), eis alguma questões a merecerem resolução por parte dos responsáveis do meu clube:
  1. A equipa do Benfica apresenta um muito claro déficit de altura. Num normal escalonamento inicial, apenas três jogadores têm mais de 1,80m (Luisão, Katsouranis e Anderson ou David Luiz – todos eles centrais e um médio) e, pior ainda, a “moda” estatística aproxima-se perigosamente do 1,70m (Petit, Simão, Nélson, Leo, Karagounis e Miccoli – não falando já de Manu e Paulo Jorge). Em alta competição, já não se usa.
  2. Apresenta, também, uma enorme insuficiência de “presença” e de poder físico-atlético na área contrária, com a consequente incapacidade de nela jogar. Raramente Nuno Gomes ganha uma disputa aos defesas contrários, quer no centro quer nas alas, principalmente no jogo aéreo, o que também torna inútil o recurso ao jogo directo quando as circunstâncias do jogo o poderiam aconselhar. Essa insuficiência tem sido disfarçada com os remates de longe, os livres e o avanço dos centrais e de Katsouranis nas bolas paradas. Mas quando Luisão e o grego não estão...
  3. Ligado com o tema anterior, o Benfica não tem um verdadeiro striker desde os tempos de Van Hooijdonk e João Tomás. A nível interno a “coisa” lá se vai disfarçando, tal como quando a equipa, no tempo de Trapattoni e Koeman, jogava em contra-ataque. Jogando num 4-4-2 em losango, em circulação de bola e “ataque continuado”, a carência é por demais evidente. A ausência de convicção de Nuno Gomes no momento do remate é confrangedora. Com tantas contratações inúteis, não dá para compreender. Que raio, também não se pede um Drogba!
  4. As transições ofensivas e a criação de desequilíbrios no ataque dependem demasiado (ainda mais quando Simão está em menos boa forma) da acção atacante dos laterais, o que “descompensa” defensivamente a equipa, principalmente quando Luisão não está e Katsouranis (o grande pêndulo da equipa) está a meio gás. A situação piora porque Nelson não tem nem a ciência nem a experiência e inteligência de jogo de Leo, acabando as jogadas pelo flanco direito demasiadas vezes em centros “para o pinhal”, ou, pior ainda, perdas de bola infantis e passes para os adversários apanhando a equipa em “contra pé”. Independentemente de alguns fogachos e de tentar corrigir falhas no seu posicionamento defensivo e na sua integração no colectivo, dificilmente Nelson virá a ser um lateral de categoria.

E se a direcção e o treinador do Benfica pensassem a sério em resolver isto?

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