sexta-feira, dezembro 15, 2006

História(s) da Música Popular (especial)




Ahmet Ertegun (31 de Julho de 1923 - 14 de Dezembro de 2006)

Aos 83 anos, morreu Ahmet Ertegun. Para a grande maioria o nome nada significa, mas é suficientemente importante para justificar este post especial, fora da ordem mais ou menos cronológica de “História(s) da Música Popular". Ahmet era filho de um antigo embaixador da Turquia nos USA e foi co-fundador, em 1947 juntamente com Herb Abramson, da “Atlantic Records”, de Memphis, uma das duas mais importantes editoras de música negra nos USA (a outra é a também célebre “Tamla Motown”, de Berry Gordy, sediada em Detroit, a “motor city”. Para avaliar da sua importância na música popular, basta dizer que gravaram para a “Stax/Atlantic” nomes como Otis Redding, Wilson Pickett, Ray Charles, Aretha Franklin, Sam & Dave, Percy Sledge, “Drifters”, “Coasters”, Ben E. King e eu sei lá quantos mais. Para a “Atlantic” gravaram também grupos “brancos” como "Crosby, Stills, Nash e Young" (foi, aliás, Ahmet que convenceu Young a juntar-se ao grupo) e os “Led Zeppelin”. A distribuição dos “Rolling Stones” nos USA foi também por ela assegurada depois de terminado o contrato do grupo com a “Decca”. É também a "Atlantic" um bom exemplo do melting pot americano, já que Ahmet era muçulmano, Jerry Wexler, um dos seus principais produtores, era judeu e a música que gravava era maioritariamente negra. Ahmet Ertegun estava em coma desde o dia 29 de Outubro, como resultado de uma queda nos bastidores do "Beacon Theater", em Manhattan, onde estava em preparação um concerto dos "Rolling Stones" comemorativo dos 60 anos de Bill Clinton. Os bons espíritos sempre se juntam... É uma das personalidades admitidas no "Rock & Roll Hall Of Fame", que ele ajudou a criar e implementar, e, como curiosidade, diga-se também que foi um dos fundadores do “Cosmos” de NY, clube de futebol onde, nos anos 70, jogaram algumas das estrelas (decadentes) do futebol mundial como Pelé e Beckenbauer.
Hesitei muito sobre o que aqui devia deixar enquanto homenagem a Ahmet; as escolhas são inúmeras. Optei por esta, que é bom exemplo, entre tantos outros, da música da “Atlantic”. Para além disso, decisivo na escolha, tem um título sintomático: “do you like good music? “Seet Soul Music”, Mr. Ertegun? Ora, pois, ela aqui está: Arthur Conley, “Sweet Soul Music”.

Nota: como um bom resumo da música da “Atlantic Records” recomenda-se a colectânea “Atlantic Rhythm and Blues”, 1947-1974. 7 CD’s.

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